Por Giulio Sanmartini Há enorme diferença em não ter educação e ser um grosseiro vilão. E foi da mais relés vilania que o presidente da República serviu-se para ofender o ex presidente Itamar Franco. Não se discute o caso de Itamar estar entre os mais enjoados homens públicos do Brasil, todavia, ao contrário de Lula, ao exercer a presidência mostrou ser um homem de bem. Basta citar um comparativo, quando foi levantada uma suspeita contra seu amigo de ministro Chefe da Casa Civil Henrique Hargreaves, este imediatamente demitiu-se do cargo, retornando quando o inquérito terminou inocentando-o sem alguma sombra de dúvida. Já os ministros de Lula, a começar por Benedita da Silva, passando pelos todos poderosos José Direceu e Antônio Palocci e terminando com Romeiro Jucá, ao serem surpreendidos com a boca na botija, fingiram nem ser com eles, pegando-se ao cargo (osso) com uma sem-vergonhice asquerosa e finalmente, tendo que se sujeitar a humilhação de ser defenestrados.
O presidente ao valer-se da idade de Itamar Franco para ofendê-lo cometeu uma série de erros: esqueceu que seu fiel escudeiro, o pusilânime “ex-ladrão” José Saney é alguns meses mais velho que Itamar, além do mais ofendeu toda uma classe brasileira que diariamente sofre constrangimentos por parte do governo, desde as malvadas filas para provar que ainda estão vivos, até a assistência indigna que é dada ao idoso no país. O insulto é uma arte, não é uma colérica vilania que vai contra a inteligência, uma arrogante prevaricação, o rude abaixar-se à condição de animal, um meio vulgar e banal. É um substituto do pensamento. Se trata acima de tudo de uma elegante e caustica técnica argumentativa, que de modo indireto coloca nas cordas o interlocutor, privando-o da palavra decisiva com o mínimo gasto de energia. Precisa ser feito de um modo muito sutil onde o sentido fique implícito. Convém evitar que o adversário de dê conta desde as primeiras palavras que está sendo criticado. Só depois de um certo tempo de reflexão, pouco a pouco, este consegue tomar conhecimento que as palavras que lhe foram ditas não eram elogiosas. Assim, seu rosto que antes estava sorridente, passa do branco ao vermelho, do vermelho ao roxo e em fim do roxo ao cinza plúmbeo. Este é o mais alto grau na arte do insulto. Mas este não é pão para os dentes de Lula, para fazê-lo precisa estilo, material escasso no agir do presidente. Lula aos 61 anos, num país onde a expectativa de vida é de 57, já está no crédito. Hoje para apagar a marca de seus excessos e não parecer um ancião, recorre a pequenas intervenções plásticas, mas estas não melhoram seu celebro. A velhice torna as pessoas de bem mais sábias, os velhacos mais espertos e os estúpidos mais lentos de pensamento.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/31/2006 09:08:00 PM |
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