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BOMBAS ARMADAS PARA 2007
Por Maria Lucia Victor Barbosa, socióloga

Não estou me referindo aqui às bombas do PCC. Coincidentemente, como já foi percebido por tanta gente, o terrorismo desencadeado pela organização criminosa surge em São Paulo quando o candidato do PSDB sobe nas pesquisas. Muito oportuno para seu principal adversário que tem como estratégia transferir culpas negando sempre desconhecer circunstâncias negativas.
Certamente, se não houver estrito cumprimento da lei, medidas prisionais rigorosas, mais presídios de segurança máxima, policiais bem armados e bem pagos, os bandidos vão querer continuar a demonstrar que podem a qualquer momento usar da violência contra policiais, agentes penitenciários e a população indefesa, com escalada que poderá atingir juizes, promotores, advogados e outras autoridades.
Entretanto, existem bombas de outro teor que estão sendo armadas pelo governo petista. Estas explodirão no bolso de cada um no ano que vem, apesar de que no momento a propaganda ensina que vivemos num paraíso onde a miséria foi extinta por um magnânimo pai, que chegamos à era do pleno emprego, que nunca houve tanta qualidade em Educação e Saúde.
Contudo, se na TV predominam boas notícias, entremeadas pelo contraste das catástrofes e desgraças alheias a comprovarem que só no Brasil se é feliz, matérias de jornal mostram vez por outra a realidade que passa desapercebida da grande maioria. Lendo sobre notícias econômicas ficamos sabendo, por exemplo, que o aumento do gasto com o funcionalismo público do Executivo federal, somente nesse ano de eleições foi de 11%, quase o que foi dado entre 1995 e 2005, que alcançou 12%. Além dos aumentos salariais houve a reestruturação de cargos, assim como a criação de novos.
É preciso recordar, que o ex-ministro (que continua como “gerentão” de campanha), José Dirceu, loteou o Estado entre os companheiros e ministérios foram multiplicados para servirem de prêmio de consolação para companheiros derrotados nas eleições. E como o presidente da República negociou os Correios com parte do PMDB para obter apoio da sigla, e prometeu dividir o governo com aquele partido, não é difícil imaginar o inchaço do funcionalismo que acontecerá em 2007, se ele se reeleger e de fato entregar a mercadoria aos peemedebistas. Além disso, outros aumentos em cascatas deverão vir para o Legislativo e para o Judiciário. Diante de tal quadro não é difícil concluir que o gigantesco gasto com a máquina estatal impede que se reduza impostos ou se aumente os investimentos na produção, capazes de gerar emprego e não paternalismo eleitoreiro de bolsas-esmola.
O governo do PT está também longe da sobriedade quando se trata do Palácio do Planalto. O gasto com a chamada “estrutura de apoio do presidente”, de janeiro até o início desse mês foi de R$ 637,3 milhões, mais R$ 69 milhões do que todo o ano passado. Quanto as inúmeras viagens de Luiz Inácio, funcionários e ministros colaboraram para aumentar o esbanjamento às custas do povo. Como se sabe, gastos excessivos da “corte” (e os atuais batem todos os recordes com relação às gestões anteriores) são pagos por nós, contribuintes. Não é à-toa que os impostos pesam tanto sobre a população.
O governo é também pródigo em perdoar dívidas de países estrangeiros e, apesar da expropriação da Petrobrás feita pelo governo boliviano, Luiz Inácio ofereceu mais dinheiro a Evo Morales que vai aumentar o preço do gás e considera o Brasil imperialista. Imagine-se o presidente Bush se comportando assim.
Para a Varig, nada. Nem para os aposentados. O PT, decididamente, não gosta de idosos. Que o diga o atual presidente da sigla, Ricardo Berzoini, que pode ser chamado de carrasco da terceira-idade. E enquanto a maioria dos mais velhos passa necessidade no final de suas existências, o presidente-operário dobrou seu patrimônio em quatro anos de mandato, segundo dados oficiais, e é dos mais ricos candidatos nas eleições desse ano.
Muitas outras bombas vão estourar no ano que vem e como não é possível mencionar todas num pequeno artigo, me reporto apenas a mais duas: A primeira se refere à Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), que revisou sua previsão sobre a produção industrial em 2006, baixando-a de 6% para 3,5%. A segunda diz respeito ao agronegócio (o inimigo número um de João Pedro Stédile e de seu MST), cujo saldo da balança comercial que esteve sete anos em alta cairá em 2006. Conforme a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) o superávit neste ano será de US$ 37 bilhões, queda de 3,7% na comparação com os US$ 38,416 bilhões acumulados no ano passado.
Está, pois, previsto, o grande espetáculo do crescimento das explosões na economia. Então, conheceremos de fato o que é a verdadeira herança maldita, aquela que nos será legada pelo presidente LULA.


Editado por Adriana   às   7/15/2006 10:51:00 AM      |