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OVERBOOKING
Por Ralph J. Hofmann

O “overbooking”(excesso de reservas para um vôo) é o mal necessário da indústria de aviação. Normalmente faz sentido economicamente para ambas as partes.
Imagine que você tenha um vôo marcado para certa hora. Um acidente na estrada faz com que você chegue ao aeroporto após a hora de se apresentar para o vôo. A atendente da companhia aérea não lhe pergunta nada, não pede um certificado do trânsito de que você realmente foi detido por um acidente, simplesmente, se houver tempo, lhe coloca no vôo, se não houver tempo marca seu vôo para o próximo ou tenta lhe ajudar a transferir para outra companhia. Teoricamente seu lugar terá sido ocupado pelos overbookings ou pelos primeiros em lista de espera.
Ninguém dá uma risada na sua cara e diz: “Azar o seu. Vai querer uma passagem nova? “
Em quase todos os vôos há passageiros que não se apresentam. Não sendo feriados prolongados ou épocas especiais, com o “Dia de Ação de Graças” nos Estados Unidos, Páscoa, Natal, Ano Novo etc. no resto do mundo é normal o overbooking passar perfeitamente desapercebido.
As companhias aéreas normalmente têm suas estatísticas que permitem prever o overbooking permissível para a época. Esse overbooking reduz a incidência do custo fixo nas passagens, fazendo que as companhias aéreas possam vender passagens cada vez mais baratas.
Por outro lado imaginemos o consumidor que se atrasa. Também tem seu benefício econômico. Não perde uma passagem para qual eventualmente terá economizado anos de sua vida.
É por este motivo que as autoridades encarregadas dos vôos comerciais aceitam essa prática.
Contudo eu desafiaria qualquer companhia aérea a mostrar um bom desempenho na situação atual. As aeronaves normalmente começam seus vôos nos pontos extremos de rotas. Por exemplo, uma aeronave pode começar o dia em Natal no Rio grande do Norte e vir se deslocando, trocando a denominação dos vôos, através de escalas em Fortaleza, Salvador, etc. até chegar a Guarulhos. Depois poderá seguir até Porto Alegre, novamente com escalas. Se em cada escala, devido a problemas de tráfego aéreo, problemas climáticos, congestão de passageiros nos aeroportos, limpeza atrasada por excesso de aeronaves aguardando, houver um atraso de meia hora, essa aeronave poderá chegar à sua última escala até com três horas de atraso. Isto sem que haja um “serviço padrão” dos controladores. É o que acontece com freqüência nos feriados longos.
Francamente, qualquer atividade da Agência Reguladora neste momento parece ser a busca desenfreada por um culpado, qualquer culpado.


Editado por Ralph J. Hofmann   às   12/25/2006 09:30:00 PM      |