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EU TAMBÉM QUERO MAMAR!
Por André Leite

Durante as eleições, escrevi aqui que o maior risco da reeleição do Apedeuta seria o risco moral. Um governo tão corrupto sendo reeleito, sinalizaria para a sociedade um clima de impunidade. Um clima de liberou geral como jamais visto. Pois bem, o risco moral veio numa velocidade assombrosa. Mal as urnas foram fechadas o congresso já serviu uma mega pizza aos envolvidos com os sanguessugas. O senador com mais evidências contrárias, o senhor Suassuna, ganhou uma reprimenda verbal. Os outros nem isso. Vergonha!
Ninguém ligou. A sociedade, imóvel, aceitou tudo passiva. Os congressistas, sentindo cheiro de facilidade no ar, resolveram se conceder um aumento de 90%. Em uma economia onde a inflação dos últimos quatro anos não passou dos 30%, eles se auto-concedem 90%!. Ainda teremos efeito cascata, com aumentos proporcionais para deputados estaduais e vereadores. Isso tudo comandado por um deputado do PC do B, o senhor Aldo Rebelo. Isso que eu chamo de socializar o dinheiro alheio. O curioso é que as ruas estão quietas. Antes a UNE já estaria realizando protestos. O problema é que o PC do B controla a UNE. A UNE tem recebido gordas verbas, assim como as outras ONG’s arruaceiras. Todas essas pseudo-organizações de esquerda se diziam defensoras do povo. Agora ficou claro que elas defendiam era grana e privilégio para si próprias.
O Brasil hoje se divide em dois grupos, quem produz e quem mama no estado. O time dos mamadores tem vencido o jogo com facilidade. Sob o “mantra” de defenderem o estado grande, de defenderem o patrimônio do povo, eles vão aos poucos acabando com o Brasil. A casta dos mamadores ganha mais que os trabalhadores da iniciativa privada, se aposenta com salário integral, tem mais dias de férias, emenda todos os feriadões, se aproveita das facilidades para se locupletar e desviar recursos (nem todos, admito). Enfim, usam o batido discurso esquerdista para defenderem seus nefastos privilégios.
Do outro lado temos a turma que paga 40% do PIB em impostos, a turma que fornece o leitinho dos mamadores, a turma que produz, a turma que corre riscos (de quebrar ou de perder o emprego), a turma que não emenda os feriados. Essa brava gente tem que fazer previdência complementar para ter uma velhice digna. Esses heróis anônimos pagam por educação e saúde privados, pois seus impostos não revertem em benefícios. Eles são o sal da terra, porém eles estão definhando.
A nova “nomenklatura” sindical, que aparelhou o país, se esquece de um singelo detalhe. O governo não produz riqueza. Quando muito, se apropria de parte dela e faz uma alocação social destes recursos. Nossos mamadores gastam muito, alocam mal e desviam mais ainda. Como bem observou o articulista Onofre Ribeiro, ninguém quer mais empreender, todos querem mamar. O Brasil caminha a passos largos para virar uma daquelas cidades do interior do Nordeste sem atividade econômica, todos trabalham na prefeitura. Que por sua vez não tem arrecadação, só recebe repasses.
Os mamadores, em sua tara interminável por mais privilégios e mais boquinhas, estão acabando com a turma que produz. Eles estão matando a galinha dos ovos de ouro. Não é a toa que por mais um ano apenas ganharemos do Haiti no quesito crescimento nas Américas. Com tão poucos produzindo e tantos mamando, não dá mesmo para investir e crescer. Nunca tantos deveram tanto para tão poucos.
Teremos um breve recesso neste semanário e o vosso humilde escriba terá seu merecido descanso. Para todos leitores e leitoras deixo um abraço, votos de um feliz natal e um 2007 melhor que 2006, porém pior que 2008.


Editado por Adriana   às   12/24/2006 06:46:00 AM      |