Josias de Souza
Decorridos dois meses de investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público concluíram que partiu do deputado Ricardo Berzoini a decisão de comprar o dossiê contra José Serra e, em menor escala, também contra Geraldo Alckmin. Na época em que a ordem de compra foi dada, Berzoini presidia o PT e coordenava a comitê reeleitoral de Lula.
Deve-se ao repórter Kennedy Alencar a revelação sobre as conclusões dos investigadores.
A notícia será publicada neste domingo pela Folha (assinantes). No início da semana, o delegado Diógenes Curado, que presiden o inquérito, redigirá o seu segundo relatório parcial sobre o caso. Será encaminhado à Justiça Federal de Mato Grosso. No texto, Curado pedirá nova prorrogação para concluir a apuração do dossiêgate.
Berzoini foi afastado da coordenação da campanha de Lula logo depois que os "aloprados" Valdebran Padilha e Gedimar Passos foram presos no Hotel Íbis, em São Paulo. A PF encontrou com ambos R$ 1,7 milhão. O dinheiro seria usado na compra do dossiê, elaborado por Luiz Antonio Vedoin, sócio da Planam e chefão da máfia das ambulâncias superfaturadas.
Na seqüência, Berzoini foi convencido afastar-se também da presidência do PT. Pediu licença, sem data para voltar. Dificilmente voltará. As novas revelações acomodam sobre as pretensões de Berzoini uma pá de cal. O partido já vinha tramando reduzir-lhe o mandato de presidente de três para dois anos. Até a escolha do novo dirigente, o PT continuaria sendo presidido por Marco Aurélio Garcia, primeiro vice da legenda.
O novo relatório parcial da PF isentará Lula de responsabilidade na transação do dossiê. De resto, continuará boiando no ar a velha pergunta: "De onde veio o dinheiro?"
Editado por Anônimo às 11/26/2006 12:00:00 AM |
|