Entrevistas
Arthur Virgílio
Gerson Camata
Júlio Campos
Roberto Romano - 1ª parte
Roberto Romano - 2ª parte
Eluise Dorileo Guedes
Eduardo Mahon
p&p recomenda
Textos recentes
Arquivo p&p
  
MERCADANTE DEPÕE À PF E NEGA RELAÇÃO COM DOSSIÊ
G1
Ideli e Bargas tentaram "vender a idéia"

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) depôs por duas horas ao delegado Diógenes Curado, da Polícia Federal de Cuiabá, nesta quinta-feira (23) e negou qualquer envolvimento com a compra do dossiê da máfia dos sanguessugas contra políticos do PSDB.
Mercadante depôs porque seu ex-assessor na campanha ao governo paulista Hamilton Lacerda é apontado como um dos principais envolvidos com o episódio.
O senador disse ao delegado que, no dia 4 de setembro (dez dias antes da compra do dossiê), recebeu em seu gabinete a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), acompanhada de Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, e de Oswaldo Bargas, ex-secretário-executivo do Ministério do Trabalho. Os dois últimos são acusados de participar da compra dos documentos.
O senador disse que, na reunião, foi informado de que Luiz Antônio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, estaria escondendo informações sobre Abel Pereira, suspeito de ser a ponte dos tucanos com o esquema, o que comprometeria a delação premiada do próprio Vedoin. Segundo o senador, eles sugeriram que a bancada de senadores do PT usasse isso no depoimento que Vedoin daria no dia seguinte ao Conselho de Ética do Senado.
Mercadante afirma que rechaçou a idéia, e que defendeu que somente a CPI poderia explorar o caso. E que ele, Mercadante, não se envolveria nisso para não o acusarem de uso eleitoral do caso, já que disputava as eleições para o governo paulista contra o tucano José Serra.
O senador negou ao delegado que a negociação de compra de um dossiê tenha sido citada na reunião. Esse encontro em seu gabinete, segundo afirmou, foi agendado por Bargas e já havia sido revelado em carta ao jornal "Folha de S.Paulo" no dia 23 de outubro.
O petista disse ao delegado que não conhece Gedimar Passos e Valdebran Padilha, presos pela Polícia Federal em São Paulo com parte do dinheiro que seria usado na compra do dossiê. Ele contou que conhecia Jorge Lorezentti, mas que nunca conversou com ele. Sobre Expedito, afirmou que o viu pela primeira vez nesta reunião em seu gabinete. O petista disse que conhece Bargas há muito tempo, mas que ele nunca comentou sobre o dossiê.
O senador afirmou ainda que, após o episódio, não conversou com pessoas envolvidas no caso, nem mesmo com Hamilton Lacerda, que deixou sua campanha após a PF desmontar a operação para comprar os documentos. "Deixei claro que jamais conversei com eles. Até para não obstruir as investigações", disse o senador.
O depoimento ocorreu no gabinete de Mercadante e a transcrição resultou em três páginas e meia. O delegado não perguntou ao senador se ele sabia da origem do dinheiro (R$ 1,7 milhão) usado para comprar o dossiê, mas quis saber quem era seu tesoureiro de campanha. Mercadante disse que José Giácomo Baccarin era o responsável por essa tarefa. O senador não sabe dizer se a PF pretende ouvi-lo.


Editado por Anônimo   às   11/23/2006 07:05:00 PM      |