O deputado argumentou também que o advogado de Freud Godoy, Augusto Botelho, afirmou que a Caso presta serviços de segurança ao comitê de Berzoini e as ligações são decorrentes deste contrato. "Temos de examinar isso tudo e só então tomar uma posição", disse.
Berzoini foi afastado da coordenação da campanha à reeleição do presidente reeleito Luiz Inácio Lula da Silva quando estourou o escândalo da compra do dossiê contra políticos tucanos.
Freud Godoy foi apontado pelo advogado Gedimar Passos, ex-integrante do núcleo de inteligência da campanha, como quem no PT mandou pagar pelo dossiê. Depois, Passos mudou o depoimento, passando a isentar Freud Godoy e a afirmar que o citou por pressão do delegado da Polícia Federal (PF) Edmilson Bruno, primeiro a interrogá-lo.
Algumas das 32 ligações telefônicas coincidem com um momento crucial do processo de negociação do dossiê. Há uma seqüência de seis telefonemas em 11, 12 e 13 de setembro. No dia 14, de acordo as investigações da PF, o ex-coordenador de Comunicação da campanha do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) Hamilton Lacerda levou ao Hotel Íbis o dinheiro destinado à compra do dossiê.
O mais longo telefonema, com cinco minutos de duração, foi realizado às 11h08 de 13 de setembro. Outra seqüência de 13 telefonemas do comitê de Berzoini para a Caso é identificada entre 21 e 29 de setembro, às vésperas do primeiro turno das eleições. No dia 29, quando Freud Godoy prestou depoimento na Superintendência da PF em São Paulo, há o registro de duas chamadas entre os dois escritórios: uma de apenas sete segundos e outra de três minutos e 17 segundos.