Entrevistas
Arthur Virgílio
Gerson Camata
Júlio Campos
Roberto Romano - 1ª parte
Roberto Romano - 2ª parte
Eluise Dorileo Guedes
Eduardo Mahon
p&p recomenda
Textos recentes
Arquivo p&p
  
AINDA CELSO DANIEL
FSP

NO PRÓXIMO dia 20 de janeiro completam-se cinco anos desde que foi encontrado o corpo de Celso Daniel, prefeito petista de Santo André. Sabe-se agora que a polícia paulista arquivou, em setembro passado, o inquérito que abrira com a finalidade de identificar novos envolvidos no crime.
É de estranhar a justificativa da delegada responsável para abandonar as buscas. Alega que a Promotoria e a família de Daniel "não apresentaram (...) indício que redundasse em prova".
Ora, é da polícia a tarefa de investigar, e não dos irmãos do prefeito. Se a missão também cabe ao Ministério Público, o fato é que a delegada negou 10 dos 16 pedidos de diligência feitos pelo promotor do caso. Também se recusou a pedir a quebra do sigilo de 34 telefones que, segundo um de seus investigadores, seriam a "melhor pista" para lançar luz sobre os responsáveis pelo cativeiro do político do PT.
Há fortes indícios de que, à época da gestão Daniel, uma máfia integrada por pessoas próximas ao prefeito atuava em Santo André cobrando propina a concessionários municipais. Ficou pelo caminho a promessa de depoimento de um dos envolvidos no seqüestro, que disse ter conexões no círculo de Daniel -a testemunha foi morta na prisão, seguindo o destino de nada menos que cinco pessoas relacionadas ao caso, que morreram em circunstâncias estranhas.
Resta a denúncia dos promotores na primeira instância da Justiça, estabelecendo conexão política para o homicídio. Mas a sua seqüência depende de o Supremo Tribunal Federal decidir se o Ministério Público pode ou não conduzir investigações penais.
Se a corte disser não, os indícios de que a morte de Celso Daniel está ligada a uma trama de financiamento de campanha correrão o risco de virar pó sem que tenham sido descartados nem confirmados. Seria um desfecho indigno para as instituições policiais e judiciais brasileiras.

Comentário : Que a delegada dê o nome que achar mais bonito. Talvez "crime de mando", mas não se dobre às pressões que certamente está sofrendo. Sim, pois de outra forma não se justifica que ela não considere nada estranho no fato de TODAS as testemunhas conhecidas do crime terem sido igualmente mortas. Ao todo, oito pessoas morreram. Safou-se o dono do veículo, supostamente alvo do "sequestro", Sergio Sombra, que traz um historico de vida no mínimo curioso, pela rápida ascenção social. Não bastasse, sua versão dos fatos daquela fatídica noite já foi contraditada não só por testemunhas mantidas em proteção, como pela fabricante do veículo, que não encontrou os tais defeitos no carro, alegados por ele. Ademais, a lógica manda que o sequestrado fosse o dono do carro, e não o carona. A familia de Celso Daniel foi ameaçada de morte e parte dela refugiou-se no exterior. Por que?

A corrupção na prefeitura de Santo André, o esquema de arrecadação de propinas, a ligação com pessoas de passado e presente duvidosos, estão sobejamente comprovados, tanto por documentos, quanto por depoimentos.

A morte do perito que depôs na CPI é a última charada sem resposta. Claudio Humberto informou em seu site, à época, que cubanos foram detidos na noite da morte do perito, no aeroporto em São Paulo, portando documentos falsos. Foram liberados pela Polícia Federal e escafederam-se. Outros legistas dão como certo o envenenamento do perito.

Nesta semana, morreu em Londres um ex-espião russo, por, vejam só, envenenamento. O método foi dos mais usados pela KGB para a eliminação dos "inimigos da URSS". Cuba e Rússia sempre foram aliados. Conclua-se o que quiser.



Editado por Anônimo   às   11/26/2006 09:46:00 AM      |