A charge estampada acima foi publicada originalmente no Jornal do Comércio, de Porto Alegre. Piadas são só isso – piadas. É recomendável, portanto, não levá-las a sério, até por uma questão de manutenção do juízo. Mas a charge gaúcha, ao brincar com um ponto de vista equivocado e difundido entre as hostes petistas – o de que VEJA tem o objetivo de "perseguir" o presidente Luiz Inácio Lula da Silva –, fornece uma boa oportunidade a esta revista. A oportunidade de explicar, mais uma vez, qual é o seu único e verdadeiro propósito. Para tanto, propomos ao leitor que, inicialmente, retroceda no tempo e substitua, na charge, a figura de Lula pela do ex-presidente Fernando Collor, forçado a renunciar depois que VEJA revelou o esquema de seu tesoureiro de campanha, PC Farias. Ou que, nesse mesmo exercício de imaginação, troque Lula por Fernando Henrique Cardoso, tantas vezes fulminado por reportagens de VEJA que mostravam mazelas ocorridas em sua administração. Chegamos ao ponto: embora os próprios criticados e denunciados possam se sentir pessoalmente ofendidos, e por extensão também seus partidários e admiradores, o fato é que VEJA não tem por objetivo fustigar ninguém. Sua história está aí para provar. A missão a que VEJA se propôs é a de fiscalizar todos aqueles que estão no poder, não importa a agremiação a que pertençam. Tarefa, aliás, que continuaremos a desempenhar, seja quem for o presidente eleito. VEJA fiscaliza o poder – e denuncia os criminosos que lesam a pátria – a partir de um ideário sólido, imune às vicissitudes, e sobejamente legitimado por seus leitores e anunciantes desde que a revista foi criada, em 1968. Dele constam a defesa da democracia, da livre-iniciativa, da liberdade de expressão e opinião. Ao julgar na semana passada a improcedência de duas ações do PT contra VEJA, o Tribunal Superior Eleitoral deixou claro que a liberdade de imprensa ampara justamente o direito de opinião. Essa conquista da sociedade brasileira, concretizada em garantia constitucional, paira acima das circunstâncias e das conveniências políticas. Imprensa livre não é imprensa neutra. O lado de VEJA é do lado do Brasil.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/28/2006 06:27:00 AM |
|