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DIRE(I)TO À VERDADE
Por Francisco Marcos, publicitário e cientista político

Esta é a verdade, a verdade apesar de sabermos que cada um tem a sua verdade. O herói desta tragicomédia torna-se diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, indicado por seu irmão, Frei Chico, membro do partidão. Não podendo ser candidato devido aos anos militares, procedeu ao batismo alegando que o irmão levava jeito. Provou em pouco tempo, o nosso herói, que tinha muito jeito, passou para trás o presidente que lhe deu guarida. Nunca antes do herói, sindicalista tinha recebido promoção na fábrica de base, mas a benevolente Villares concedeu promoções, o herói estava na folha de pagamento do sindicato. Na segunda metade da década de 70 os “anos militares” estavam sob pressão. Tentando arrumar uma válvula de escape, Golbery( general, sem nunca ter sido) e Mino Carta criaram o mito do ABC. Líder de greves metalúrgicas, na Volkswagen deu-se a grande greve. O loquaz pintacuda metalúrgico levava ao delírio milhares de operários, no Estádio de Vila Euclydes.
Cenário bem montado, A Carro do Povo liderava o mercado, o sindicalismo operário era muito forte, o herói torna-se internacional, o competente Carta colocou-o como capa da revista Time. Dom Cláudio Hummes, atual arcebispo de São Paulo, que à época era bispo de São Bernardo do Campo apoiou decididamente o movimento. Convém ressaltar que as greves se davam com os pátios cheios.Completando a grande farsa o herói mais doze companheiros foram detidos, permaneceram por mais de mês em tal situação. Mais repercussão existiu, a mídia modorrenta tinha assunto, os maquiavélicos que engendraram a pantomima estavam satisfeitos. O circo foi oferecido, algum pão sobrou no bojo das reivindicações. O herói impulsionou a criação de camelôs, demitidos após as greves, e membros efetivos da chamada lista negra. O herói se referia aos companheiros como os soldados que tombaram na luta. As montadoras recorriam à Justiça Trabalhista para que a greve fosse declarada ilegal, é claro que conseguiam. A partir da declaração da ilegalidade as montadoras passavam a receber os lucros cessantes, em contrapartida economizava: água, energia elétrica, vapor, alimentação, incrível papel higiênico. Este aspecto a pequena, média e grande mídia deixaram? de observar, afinal quem iria contrariar as estratégias do coronel e seu acólito midiático? Com a anistia o famoso Duas Caras, com curso intensivo na Cuba de Fidel, foi um dos poucos que não cortaram cana. Sei de alguns que conseguiram transferir o exílio para a Europa, o exílio cubano foi amargo para muitos, bóia fria de canavial não faz carreira em parte alguma. O Duas Caras engendra a ANAMPOS, que depois diminui para ARTICULAÇÃO e conquistou os sindicatos operários mais ricos do país, nunca se interessaram por sindicatos chinfrins. Adotou o MST, então regionalmente gaúcho, dotou-o de cabeças pensantes, Stédile que nunca pegou em um cabo de enxada. Desta maneira uniram cidade e campo, metrópoles e grotões. Os hoje órfãos do Muro de Berlim embarcaram nessa canoa, esperavam manipular o herói, o mesmo consentiu por certo tempo. Chegando ao poder foi defenestrando os intelectuais e prestigiando os seus pelegos de longa data. Ninguém pode negar-lhe a rapidez de raciocínio, essa de legalizar o curral eleitoral, foi genial. Deve ter se aconselhado com o Delfim: legalizador do cheque sem fundo e da agiotagem. Sempre combateu a privatização, mas cometeu a maior de todas elas, a privatização da Amazônia, agora os gringos podem se imiscuir por lá, desde que não atrapalhem os negócios das FARC(narcotráfico). O anestesiado de Pindamonhangaba foi encurralado com o papo da privatização, não mostrou competência para defender as jóias da coroa tucana. Vamos lembrar que a privatização da Companhia Siderúrgica Nacional se deu no governo Collor, após ter sido saneada pelo Procópio. Neste assunto os aéticos não tocam, o Benjamin Steinbruch (Grupo Vicunha) ficou com a CSN. É tabu, pois o Beijo é muy amigo do senador Oliva, cujos cavalos se hospedam no haras do comandante da CSN. Mais uma vez uma mulher bota ordem na casa, refiro-me à Maria Silvia Bastos Marques: com seu artigo “Privatização – a verdade dos números” publicado no detestável Estadão de 25/10/06 á pagina A2. Parabéns Maria Silvia você fez o que o anestesiado deixou de fazer ou por incompetência ou má fé. A Bahia sempre teve grandes juristas e agora criou mais um: Jaques Wagner jurisconsulto movido a destilados de uva, portanto um natureba, a uva é um néctar dos deuses Criador de.O Direito de Mentir, não confundir com Direito de Nascer, novela popular de Félix Caignet(cubano). Os companheiros podem mentir agora, o jurista legalizou a mentira, como o herói legalizou o curral eleitoral. O carlismo foi derrotado e agora tem início o “wag(ner)abundismo”.Tenham certeza os baianos que a Petrobrás irrigará municípios petistas com suas benesses, o governo será devidamente aparelhado e os companheiros ficarão por muito tempo no poder. Cuidado para que não tragam o “xadrezinho” de Monte Alto (SP) para o cultivo de mamão papaya. Lembrem-se da “vassoura de bruxa” importada de Rondônia ou Roubônia como queiram. Reflitam que verdade significa o que é exato, certo, ao passo que mentira é deixar de ser legítimo(?), degenerar, corromper-se.


Editado por Adriana   às   10/26/2006 10:00:00 PM      |