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Crise nos ares
Há algo tenebroso acontecendo no ares do Brasil. Notícias dão conta que a insuficiência no número de operadores de vôo tem provocado atrasos e tumulto nos aeroportos brasileiros. Em Brasilia,a situação ficou critica. Por falta de apenas oito operadores, justamente aqueles envolvidos no acidente na Gol, o controle do aeroporto entrou em crise.
Em Curitiba, hoje, o enfarto sofrido por um operador, causou a paralisação dos vôos.
A necessidade da admissão de novos controladores já havia sido apontada há mais de um ano. Para justificar a confusão ocorrida, a Infraero alega que o número de pousos e decolagens de aviões particulares cresceu nos ultimos dias, alegação no mínimo bizarra. De onde e por quê surgiram assim tantos aviões?!
De outro lado, tivemos no começo da semana uma pane geral do Sindacta 1, que controla o tráfego aéreo no Sul do País, o que causou atrasos e fez com que os vôos fossem controlados, por dois dias, de forma absolutamente precária. Tudo indica falta de manutenção nos radares e no sistema.
De fato, há denúncias que o Governo tem priorizado obras apenas estéticas nos aeroportos, deixando de lado a segurança. A pista do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é o melhor exemplo desta priorização do belo sobre o seguro. A pista está "emborrachada", causando derrapagens perigosas - houve pelo menos tres incidentes muito graves, no ultimo ano - há tempos precisando de reformas. Entretanto, o que se vê são obras de ampliação, embelezamento, instalação de fingers - superfaturados, diga-se. Quanto a pista, só resolveram fazer alguma coisa quando, em uma mesma semana, dois aviões de grande porte quase acabaram a viagem na Avenida Rubem Berta.
Para completar o quadro, vemos na TV que para comprar passagens para o exterior, o passageiro tem que enfrentar uma longa fila de espera. Hoje, para viajar para o exterior, deve-se comprar a passagem com meses de antecedência. Falta da VARIG? Sim, é evidente, pois a companhia respondia por 75% das rotas internacionais. As outras companhias não estão estruturadas para atendar à demanda. Não têm nem aeronaves, nem rotas.
De repente, a aviação brasileira, tido como excelente, virou um "boné velho". Belos aeroportos, sem vôos internacionais - poucos, na verdade. Manutenção deficiente e operadores de tráfego sobrecarregados e em número insuficiente, começam a transformar a aviação brasileira em uma temeridade.




Editado por Anônimo   às   10/26/2006 09:20:00 PM      |