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DEDO COMIDO NO JOBI
Segue abaixo a cópia do e-mail de Arthur Motta, marido da senhora que arrancou o dedo de uma “militante”, endereçada a Arnaldo Bloch que a chamou de "alckmista canibal".
Aproveito esta carta do Arthur para mostrar os alguns “amigos” jornalistas de MT a sorte que eles têm. Esses meus “amigos”, na mais absoluta falta de imaginação se ocupam apenas em aguardar minha coluna para retrucar e me atribuírem singelos nomes como “Patricinha burra”, “pit bull”, “reacionária”, “virulenta”, etc, eu mesmo assim, eu nunca nem tentei morder nenhum deles.
Jornalista Arnaldo:
Meu nome é Arthur Motta. Botafoguense, freqüentador, há anos, do Jobi, morador desta última pérola cidadã da cidade, o Leblon. Três querências simpáticas que nos aproxima e solidariza. Ah - o que já nos afasta -, também marido da Ana Cristina Luzardo, por você nominada "alckmista canibal", a mais nova Inimiga Pública Nº 1, algo próximo de um Jack, o Estripador pós-moderno.
Leitor de suas crônicas e, por tabela, personagem da de hoje, 21/10, solicito sua atenção aos seguintes esclarecimentos :
Domingo, depois do cinema, resolvemos tomar um chope no Jobi, como sempre fizemos, ainda mais para comemorar uma antológica vitória de virada do Botafogo na véspera, esperando confraternizar com os botafoguenses de plantão, mais Paiva, Cecílio e Narciso, entre outros sofredores como nós.
Nada mais lebloninamente prosaico, nada mais trágico. Sentamos, vieram o pernil, as empadas, o chope, muita conversa, namoro, chega uma amiga, vida que segue, feliz e, ainda prosaica.
Dá-se o trágico quando, em sequência, chega uma tropa de choque de, "soi disant”, militantes, trombeteando, pela madrugada, slogans agressivos e anacrônicos ("fora burguesia!", etc), os quais, aliás, nestes tempos de mensalão e José Dirceu, soam insustentáveis diante da Verdade e da Ética.
Após perambular, dentro e fora do bar, incomodando, bêbada e belicosa, os garçons, e os por ela apontados "burgueses do Leblon" - como bom jobiniano, sinta-se também um burguês, meu caro -, aportou esta quixotesca figura , de pé, em frente à nossa mesa, querendo discussão, indesejada por minha mulher, que, diante da recusa, foi chamada de "patricinha alienada do Leblon", a qual prontamente reagiu alcunhando a militante de "baranga chata" (a verdade dói...). Ato contínuo, num delirante ato revolucionário, a "militante" desfere um violento tapa no rosto de minha mulher, visto por todos, garçons e fregueses, e corre para a calçada. Transtornada pela gratuita violência, a agredida vai atrás para as devidas satisfações - como você reagiria? -, as duas se embolam e, no meio do paroxismo corporal, ao sentir a unha da "militante" dolorosa e agudamente entrar em seu olho, num ato de defesa morde-lhe, involuntariamente, o dedo, que fica decepado. Esta a verdade dos fatos e motivo deste longo e necessário relato. Afirmo:
1- Nem minha mulher, nem eu, somos militantes de nada, muito menos do PSDB, tendo ela, aliás, votado no Lula, eu no Cristóvão Buarque. Somos do PL, Partido do Leblon.
2- Estávamos tomando um simples chope, em nosso bar favorito, quando uma celerada bêbada, se dizendo "militante", tumultuou todo o ambiente com sua inglória pregação (vide testemunhas oculares dos garçons Cecílio, Júnior e do dono, Narciso), como se fosse possível mudar o voto de alguém no Jobi à 01 da manhã.
3- Desde então, o "establishment" petista aparelhou e transformou uma trágica desavença de botequim num crime de guerra, mobilizando todo o arsenal propagandístico do partido, para transformar a "militante" numa nova Olga Benário, cujo ápice foi um encontro com Nosso Guia no Canecão, que, segundo relatos, lembrava certa praça em Nuremberg circa anos 30.
4- Minha mulher não é uma "alckmista canibal" e não está arrependida do voto no 1º turno, é apenas uma pacata dona-de-casa, desempregada, que se envolveu, dramaticamente, numa idiota provocação de alucinados inconseqüentes, utilizados mesquinhamente como massa de manobra.
5- Participei e participo no Leblon, há anos, de muita, como você diz, "pancadaria verbal"; já fiz muitas "bravatas bêbadas", e me considero um legítimo representante do "espírito democrático do Leblon".
Como cidadão consciente, cultor da ética (o tempora, o mores!) e homem de bem, considero um acinte calhorda a execração moral de alguém de "orelhada", sem a devida apuração da verdade.
Não possuo a formidável estrutura midiática de um partido nem de um jornal, mas solicito a divulgação, nos mesmos moldes, para a reposição da devida e possível lucidez, pois, afinal, como diria o Bardo, "(...) o mal que os homens fazem aos homens sobrevive; o bem quase sempre com seus ossos é enterrado". (Júlio César, Ato III, Cena II).
Arthur Motta
Rio de Janeiro, 21 de Outubro


Editado por Adriana   às   10/22/2006 03:21:00 PM      |