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As privatizações e o medo de Lula do dossiê
Por Laurence Bittencourt Leite, jornalista

Qual o interesse de Lula e do seu PT de que a propaganda tucana pare de mencionar a origem do dinheiro para a compra do dossiê fajuto como disse Alckmin, contra os tucanos? É incrível isso. Qual o medo dos petistas, se até agora Lula não cansou de repetir que nada tem a ver com o dossiê? Conta outra cara pálida. Isso soa tão estranho quanto o silêncio que paira, por exemplo, sobre o escândalo do “foliaduto”, aqui em Natal envolvendo o alto escalão da governadora Vilma de Faria. O chamado escândalo do “foliaduto” resultou na compra de bandas de música que nunca tocaram ou sequer receberam dinheiro no valor de mais de dois milhões de reais. Nesse sentido cabe a pergunta: no que resultou o foliaduto, o maior esquema de desvio de dinheiro público já ocorrido nesse estado? O Ministério Público silenciou. A justiça silenciou. O jornalismo...bem deixa pra lá. O governo não deu explicações. Por quê? Por quê? O partido da atual governadora apóia Lula e se “diz” socialista.
Bom, mas em relação a Lula e seu PT corrupto até a medula o que vem ocorrendo? Um pedido para “silenciar” a propaganda do tucano quanto a origem do dinheiro do dossiê. E Lula ainda tem o displante de dizer que no seu governo não se esconde nada. Então por que a tentativa de silenciar a propaganda? O que Lula teme? Ora, na verdade o que Lula vem fazendo ao trazer à tona a questão da privatização é desviar o foco da atenção para mais uma corrupção do seu governo, e que não pára. Agora imagine se não houvesse privatização? Na verdade é o governo mais corrupto da história desse país. Não há nível de comparação. Com qualquer outro. E, no entanto ele usa a privatização como se fosse crime, quando na verdade é a privatização que gera impostos para o governo dele dar o bolsa família ao desempregado, que não consegue emprego.
Mas parece que o medo não toma conta apenas da campanha de Lula. Parece que cá no RN também se projeta algo assim. E a frase recente (que frase) da governadora, desde que verdadeira, foi sintomática e emblemática. Ela disse: eu me quebro em dez, mas não perco para Garibaldi. Que coisa! É algo pessoal, e o povo que se lixe. Dá para imaginar a quebradeira do estado. Dá para imaginar.
No entanto aqui entre nós acontecem coisas que só mesmo aqui para acontecer. Imagine se um candidato republicano ou mesmo um democrata nos EUA deixasse de ser o candidato e por isso fosse mudar de partido. Aqui no RN ocorre isso. Essa é uma das diferenças claras entre nós (a nossa “democracia”) e eles (EUA). O porquê lá ter democracia e aqui não. Aqui é o queixume, a coisa infantil, pueril, para dizer o mínimo. O mais incrível é perceber o caso envolvendo aqui no RN o “tucano” Geraldo Melo, que não aceitando uma composição partidária, passa a apoiar a atual governadora que apóia Lula. Jesus! Que ele ficasse neutro, ainda vá lá, se admitia, mas apoiar alguém que é contra o candidato do seu partido? Mas aqui tudo é possível e “justificável”. Infantilismo ganha outro nome. É ridículo. Que coisa.
Mas se Alckmin ganhar essa campanha é para tirar o chapéu. Quantos movimentos ele teve que vencer. Está tendo. Dentro do próprio partido, fora do partido. Nesse sentido não é apenas os petistas que “trabalham” contra o próprio candidato. Alckmin também enfrenta isso. O fato de Aécio Neves ter quase oitenta por cento dos votos e não conseguir pelo menos ter ajudado na pontuação, é coisa estranha. Ainda dizem que política é “algo” bom e superior. A falta de ética do PT é a prova. A prova dos nove. E toda máquina federal a disposição de Lula. Toda. O incrível é que Marcos Aurélio Garcia, o blindeiro mor de Lula, disse recentemente que o “PT tem uma visão de máquina pública moderna e que o aparelhamento do Estado faz parte da modernidade”. Deve ser a modernidade da América Latina. É na América Latina que estão no poder Hugo Chaves, Evo Morales e Fidel Castro. Os amigos de Lula.
No entanto, acho mesmo que o “aparelhamento do estado” sugerido por Garcia é a forma moderna que eles encontram para estrategicamente encobrir que se chegue no presidente os desmandos e corrupções envolvendo o seu governo. Imagine se não houvesse a privatização. Imagine. É bom pensar.


Editado por Adriana   às   10/17/2006 11:49:00 AM      |