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SOBRE SURDOS E MUDOS
Por Onofre Ribeiro
Sobre o artigo “Linguagem de Surdos e Mudos”, publicado no dia 7 último, recebi alguns e-mails, transcritos a seguir: “O seu artigo me lembrou de uma pessoa que estimo muito que está com 85 anos e sempre diz o que você disse: ´o mundo é governado por velhos e isso é uma tragédia pois eles querem manter o mundo: velho´. Mas, uma criança é um perigo para o velho, então, o jeito é torna-la “velha” também, não é?”
De João Maria Medeiros, da equipe de marketing da coligação Mato Grosso Mais Unido e Justo recebi: “Me permita tecer alguns argumentos em relação ao seu artigo "Linguagem de surdos e mudos". Muito em função de ser agente na condução da campanha no rádio e na tv.
Concordo contigo quando dizes que não há inovações nos candidatos. Não se pode esquecer que o que temos aí ainda são referências de um modelo arcaico e ultrapassado de fazer política. Estamos vivenciando transformações nos hábitos, costumes e pensamento da sociedade contemporânea deste inicio de milênio. A depuração ética apenas está começando. Não são as regras legais, impostas pelos mesmos que fazem e atuam no atual modelo político que vão modificar essa condição. Acredito que surgirá uma nova geração de políticos daqui há dez anos, por exemplo, cujos princípios serão os mesmos de um Blairo Maggi e alguns outros novos líderes que começam a surgir no cenário político brasileiro.
Não concordo contigo quando dizes que a população não quer saber do passado, mas do futuro. No nosso caso particular, o que temos mostrado na tv e no rádio é exatamente o que a população quer. O que ela nos tem dito nas pesquisas. Infelizmente a maioria dos mato-grossenses não conhece ou não tem um bom recall do trabalho de Blairo Maggi. Falamos de futuro, que é o desejo da continuidade de um novo modelo de administrar, prevalecendo os princípios da ética, da transparência e do rigor na condução dos destinos da coisa pública nesse estado. Sabemos que isso não passa do dever do político. Mas o modelo tradicional ainda é muito forte e presente no inconsciente coletivo, ao ponto deste aspecto ser "vendido" como uma inovação.
Ao estabelecermos a estratégia de uma campanha propositiva, sem revides ou ataques, inovamos conceitualmente. Haja vista, que as maiores pressões que recebemos dos correligionários foi exatamente para o contrário. Uma campanha sangrenta, violenta e cheia de baixarias. Não podia fazer isso, tendo no candidato, exatamente um político que se contrapõe a tudo isso. Blairo Maggi ainda é o novo na política. Começamos em 2002 a plantar essa semente. Por isso no surgimento de uma geração de políticos cujo ícone será Blairo Maggi.
Quanto às inovações estéticas, de formato e linguagem dos programas, essas estão acontecendo. E a prova disso são os números e as avaliações qualitativas que temos recebido e acompanhado diariamente. O eleitor, ao contrário do que dizes, está entendendo sim a mensagem. Não só entendendo como aceitando e concordando.
No nosso caso, não estamos falando para surdos e mudos. Ao contrário, dizemos exatamente o que a população nos diz querer saber. Diante de uma população cética com seus homens públicos, descrente e infeliz com tantos desvios de conduta ética, não se pode simplesmente "empurrar" modificações sejam estéticos ou de informação. Afinal, ao fazermos marketing político e eleitoral, estamos trabalhando essencialmente com semiótica. O mundo é dos símbolos. E cada vez fico mais convencido de que comunicação não é o que dizemos, mas como as pessoas percebem o que queremos dizer”.



Editado por Giulio Sanmartini   às   9/12/2006 01:25:00 AM      |