na Tribuna da Imprensa Lula afirma que nada o impedirá de cumprir promessas BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato da Coligação A Força do Povo (PT-PRB-PC do B) à reeleição, disse ontem que só fatores "extraterrestres" o impedirão de cumprir promessas de campanha. Em discurso de cerca de 30 minutos a uma platéia de educadores, ele reconheceu, no entanto, as limitações do poder para garantir melhorias sociais. "Tenho até dúvidas se a gente conseguirá fazer tudo, mas de uma coisa podem ter certeza: não será por falta de esforço, compromisso e lealdade aos princípios que me fizeram chegar à Presidência que não vamos cumprir", afirmou. "Se a gente não cumprir, é porque houve fatores 'extraterrestres'." No início do governo, no auge da popularidade e usufruindo de prestígio em diferente meios da sociedade, Lula recorreu a fenômenos da natureza para assegurar que iria fazer as reformas da previdência e do sistema tributário. "Podem estar certos de que não tem chuva, geada, terremoto, cara feia, Congresso e Judiciário (...) capazes de impedir que a gente faça este País ocupar lugar de destaque", disse à época, num evento da Confederação Nacional da Indústria.
Ao abrir o I Congresso Interamericano de Educação em Direitos Humanos, num hotel de Brasília, Lula voltou a atacar o PSDB. O presidente fez questão de observar que São Paulo não conseguiu boa colocação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), numa crítica indireta ao candidato tucano à Presidência e ex-governador paulista, Geraldo Alckmin. "O maior estado da federação, o mais rico, ficou em oitavo lugar, significando que, em termos de educação, estamos precisando melhorar muito o País", afirmou Lula. O presidente disse que São Paulo não aceitou participar de uma avaliação feita pelo Ministério da Educação no ensino de 4ª a 8ª séries. "São Paulo não participou, possivelmente, com medo que a gente detectasse que a propaganda da qualidade da educação não fosse tão boa quanto se dizia." Lula também reclamou da Justiça Eleitoral, que teria proibido o governo de distribuir cartazes convidando estudantes a participarem das Olimpíadas da Matemática. De acordo com o presidente, ainda assim, só neste ano 14 milhões de estudantes se inscreveram para o concurso. Lula voltou a afirmar que não adianta o País crescer sem distribuir renda. Segundo ele, é preciso uma distribuição de renda e uma melhoria da educação para dar uma "resposta" aos anseios da sociedade. Retomou também o discurso preferido no início do governo ao comentar a questão dos direitos humanos. Ele avaliou que o combate à fome não está dissociado da luta pelos direitos humanos. "Houve um tempo em que direitos humanos era visto pela sociedade apenas como uma coisa pra defender presos políticos", disse. "Muitas vezes, setores mais atuantes da Igreja Católica eram condenados e acusados de defender bandidos", acrescentou. "Direitos humanos significava defender bandidos."
Editado por Giulio Sanmartini às 9/01/2006 02:02:00 AM |
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