Por Fabio Grecchi na Tribuna da Imprensa
As quase 2 mil demissões na fábrica de São Bernardo do Campo da Volkswagen estavam previstas bem antes de os dirigentes da montadora, sindicalistas e integrantes do governo se reunirem no começo da semana. O gesto da ministra Dilma Rouseff (Casa Civil) de dizer não saber que as dispensas seriam feitas agora não passa de uma tentativa de proteger o presidente Lula do custo político de tal gesto. Mais uma vez o Palácio do Planalto recorre à ingenuidade da desinformação para evitar ficar na linha de tiro.
Já tinha feito o mesmo com a Varig, vendida na bacia das almas à controladora de uma antiga subsidiária e com dispensas que alcançam a casa dos 6 mil. O governo não se compadeceu porque sabia ter errado na dose: sabia que podia ter trocado a dívida que tem com a empresa pela que a empresa tem com a União, conforme previa a Operação Armênia, montada pelo ex-ministro da Defesa José Viegas. O espólio da empresa seria rateado entre a Gol e a TAM e a bandeira Varig não desapareceria.