Está sendo processado, até hoje não explicou de forma convincente por que pagou a dívida de R$ 29 mil do presidente com o partido, mas, para todos os efeitos, é inocente. Sendo assim, tinha de chegar ao Palácio do Planalto altivo, altaneiro, sorridente e fazendo questão de ser notado. Cinismo? Não, apenas a leveza dos justos, dos incorruptíveis, dos insuspeitos.
Os eminentes petistas não deveriam estar envergonhados. Estão em vias de reeleger Lula já amanhã, sonho pelo qual lutaram muito nestes últimos meses, quando o presidente foi continuamente assestado pelas baterias da imprensa - conluiada com a oposição, ressalte-se. Afinal, ele não poderia pagar sozinho por suas más escolhas. Enganou-se confiando em certos personagens, mas quem não se engana? Nunca o ditado "errar é humano" esteve tão em alta.
É hora, então, de os petistas levantarem bem alto a bandeira do partido. Se Lula não os citou no começo do programa eleitoral, foi por modéstia, apenas. Homem ocupado, preferiu não ostentar sua trajetória política como candidato cinco vezes à Presidência da República pelo PT. É a vez do regozijo, do orgulho, do punho direito batendo forte e sonoramente no peito sobre o coração. Petista com muito orgulho.
O gesto de Okamoto contrasta com aquilo que eminentes figuras do partido sempre disseram: o governo Lula tem as mãos limpas. Palocci, Berzoini, Dirceu, Gushiken, Freud, Lorenzetti, Genoino, Delúbio estão aí que não deixam mentir. Não foram condenados e, portanto, não têm culpa de coisa alguma. Sobre o presidente não ter ido ao debate, ficou evidente que preferiu se confratenizar com o povo do que bancar o miquinho amestrado das elites no espetáculo televisivo. Quem quiser acreditar nisto tudo, esteja à vontade.