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O DISCURSO
O DISCURSO

Ralph J. Hofman – 29/09/06

"From Stettin in the Baltic to Trieste in the Adriatic an iron curtain has descended across the Continent."
(De Stettin no Báltico a Trieste no Adriático uma cortina de ferro baixou sobre o Continente)
(Winston Churchill em Fulton, Missouri, USA – 5 de março de 1946)

Mal acabara a segunda guerra mundial. Ainda havia teoricamente muita boa vontade para com os Russos. Churchill já estava fora do poder há quase um ano.

Mas sempre estava antenado a tudo que ocorria no mundo. Assim como estivera nos anos trinta. Durante todo o período de 1933 a 1939 e mesmo antes, quando o Partido nazista se firmava na Europa ele e seus amigos haviam alertado contra a caixa de Pandora que estava sendo aberta.

No momento do discurso o processo de neutralização do governo da Checoslováquia, o possível assassinato de Jan Masarik e o afastamento de Eduard Benes ainda não haviam ocorrido.

Mas Churchill já havia testemunhado o fim dos poloneses não-comunistas quando os Russos se detiveram ante Varsóvia e esperaram que os alemães liquidassem toda a possível resistência futura. Devia também ter uma idéia do massacre dos oficiais poloneses em Katyn durante a invasão conjunta da Alemanha e da Rússia.

Sabia dos outros países que já haviam passado a ter governos controlados de Moscou.

E saiu para alertar o mundo.

Alegadamente esse discurso iniciou a Guerra Fria. Mas essa já existia. A partir do momento em que a União Soviética passou a existir, sob Lenin, ela explicou como seu sistema era melhor e como se tornara o Paraíso Operário. E passou a enviar agentes para subverter outros países. Seus diplomatas passaram a cantar em prosa e verso o seu sistema. Recrutavam agentes secretos, muitos dos quais passaram a vida batalhando pela sua causa. Alguns foram recrutados aos 13 ou 14 anos como Richard Julius Krebbs conhecido como o escrito Jan Valtin, que relatou sua vida em “O Espião” (Editora Flamboyant).

Mas tudo não passava de uma quimera. Os russos não haviam resolvido nada. E nem viriam a resolver. E os países que vieram a controlar após 1945 tampouco tiveram seus problemas resolvidos. Ao contrário, a Polônia, Hungria Checoslováquia e Alemanha Oriental sequer retornaram ao seu grau de desenvolvimento anterior a 1939. Cuba, hoje está com índice de desenvolvimento inferior à época de Batista.

Finda a Rússia colonialista agora vemos exatamente o mesmo fenômeno. Primeiro Lula, depois Hugo Chavez. Decidem que algo será feito. Ato contínuo deslocam-se pelo mundo e anunciam que já esta feito.

Acho que as instituições e o bom senso dos brasileiros evitarão que essa farsa continue aqui.

Mas preocupa-me o que acontecerá com nossos vizinhos Bolívia e Venezuela.

E ainda mais, estou profundamente preocupado com o que o Brasil terá de se tornar para alijar a agressão externa e as quintas colunas que circulam livremente pelo hinterland Brasileiro.

O Brasil possui o povo mais paciente, terno e menos violento das Américas. Como este povo será após uma guerra.

De La Paz Oruro e Cochambamba a Caracas e Maracaibo uma cortina de ferro ameaça cair sobre as Américas.

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Editado por Ralph J. Hofmann   às   9/29/2006 05:51:00 PM      |