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SEM TESÃO
Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O que vai mudar, para o cidadão comum que vota amanhã? Tanto faz se o presidente Lula será reeleito no primeiro turno ou se a Câmara sofrerá renovação de 50% de seus deputados. A resposta surge clara: não muda nada. As eleições constituirão mais um espetáculo de pirotecnia explícita, na medida em que nem os candidatos à presidência nem as futuras bancadas na Câmara apresentam programas de mudanças fundamentais na realidade nacional.
Não foi assim nas eleições passadas, quando a vitória do presidente despertou esperanças na população, ao tempo em que a transformação do PT em maior bancada suscitou grandes expectativas. Quatro anos depois, conclui-se que o governo Lula nada mais fez do que repetir os oito anos do governo FHC. E o PT foi para o espaço sem ter votado ou sequer discutido qualquer projeto capaz de alterar a vida dos brasileiros. Firulas, assistencialismo redobrado, jogos de cena, a atual campanha apenas confirma que nada de novo existe sob o sol.
As elites continuaram deitando e rolando na economia, onde a atividade especulativa permaneceu maior e mais rentável do que a atividade produtiva. As massas, mesmo beneficiadas pelo Bolsa Família, estão onde sempre estiveram, ou seja, parte na miséria absoluta, parte na pobreza.
O resultado está em que, ao contrário de 2002, escafedeu-se a esperança de mudanças, substituída pela frustração.
Por tudo isso, comprovam as ruas, cumpre-se amanhã mais uma obrigação legal, do voto obrigatório. Algo como entrar cabisbaixo na fila para pagar impostos ou para comprar bananas. Sem nenhum tesão por parte do eleitor.


Editado por Giulio Sanmartini   às   9/30/2006 03:54:00 AM      |