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BATER OU NãO BATER...!
Por Onofre Ribeiro
Em campanhas eleitorais já foi tradição os candidatos baterem uns nos outros e agradarem em cheio aos eleitores. Mas isso já foi. O eleitor quer saber de propostas. E vem dando recados nesse sentido faz um bom tempo. Mesmo assim, muitos candidatos não aprendem e se deixam vencer pelo ódio ou pela falta de argumentos, e descem a borduna nos adversários.
Nesta eleição não tem sido diferente. Quem mais tem batido é o senador Antero Paes de Barros, candidato a governador pelo PSDB. O senador tem perdido pontos nas pesquisas de intenção de voto exatamente por isso. Em 1998, quando candidatou-se a senador e foi eleito, junto com o governador Dante de Oliveira em reeleição, esse assunto já era discutido como hoje.
O marketing da campanha de reeleição de Dante e a do senador Antero eram comandadas por uma equipe do já famoso publicitário Duda Mendonça. Mas ele próprio deu o ponta-pé no mote das duas campanhas e monitorava à distância pelas pesquisas eleitorais, por conversas com Dante e Antero e com sua própria equipe.
Houve um momento de profundas críticas vindas do adversário de Dante, o então senador Júlio Campos. Dante foi desaconselhado a responder. Antero insistiu e, embora desaconselhado pela consultora Balira, da equipe de Duda Mendonça, acabou batendo muito em Júlio Campos. Imediatamente a pesquisa de telemarketing que avaliava os programas detectou queda na aprovação do programa. Antero e Dante nunca mais bateram e nem responderam às acusações que lhe fazia o candidato Júlio Campos.
Nesta eleição está ainda mais delicada a percepção do eleitor. O governador Blairo Maggi animou-se a dar o troco no senador Antero no começo do programa eleitoral gratuito. Apesar de desaconselhado, não resistiu. Bateu. O programa teve queda imediata e a reprovação dos eleitores. Passou a admitir que criticar é papel dos adversários.
A leitura das pesquisas indicam que os eleitores sabem que na política não tem anjos. Sabem que todos criticam todos. Logo, as críticas de campanha não são levadas em conta para o eleitor decidir o seu voto. Ele quer saber o que os candidatos poderão realizar em seu efetivo favor.
Num contexto de desemprego, de economia estagnada, de juros altos, de exclusão social de grandes camadas da população, de insegurança pública, de educação fora do foco das necessidades do mundo econômico, e dos escândalos na área da política, o eleitor só quer saber de uma coisa: o que será feito por mim e para mim. Nada mais.
Logo, bater ou não bater é uma questão séria a ser considerada. Bater e não ter propostas não resolve. Bater e mostrar propostas, dispensa a batida. Logo, esta eleição parece que enterrará de vez a pancadaria dos adversários das campanhas anteriores.


Editado por Giulio Sanmartini   às   9/21/2006 01:12:00 AM      |