Em momentos, a omissão se converte num sentimento de desprezo pelas liberdades. O Palácio do Planalto teve dificuldades em contornar a afirmação de Lula feita a empresários de que, se dependesse dele, o Congresso seria fechado. Como a figura do déspota esclarecido cabe melhor no Marquês de Pombal do que no atual presidente, tal desejo soa somente como vezo autoritário.
Da mesma maneira como o Palácio do Planalto promoveu um projeto que, primeiro, tentou criar uma "arte estatal" e, depois, um "raciocínio estatal" da imprensa. Ambos foram derrubados e nem aparência inofensiva tinham: tratava-se de intervenção em áreas sensíveis, a do pensamento e a da formação de opinião.
Lula certa vez disse que não perseguiu nenhum de seus críticos. Verdade, mas é difícil crer que seria tão acintoso de se envolver diretamente. Tem demonstrado que prefere as portas transversais. As mesmas que o têm colocado na berlinda como o presidente mais enganado da História do Brasil.