Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa BRASÍLIA - Duas perigosas vertentes abrem-se para o País, na hipótese de o presidente Lula se reeleger, apesar das sucessivas denúncias de escândalos envolvendo seus auxiliares mais próximos e o PT: 1) Importante ministro do Supremo Tribunal Federal comentava, no aceso das amargas revelações desta semana, ter chegado a hora da institucionalização da lambança que marca o governo Lula. Reeleito, mesmo no segundo turno, o presidente passaria a sofrer processos de responsabilidade, ou seja, se decidido pelas oposições, a abertura de um pedido de impeachment, tanto faz se iniciado ainda na presente Legislatura ou ficando para a próxima. O presidente contaria, é claro, com todo o direito de defesa, nos planos jurídico e político, mas precisaria responder diante de tantas acusações que acabam fluindo para o Palácio do Planalto. Se não inviabilizaria, essa mais do que natural resposta dada pelas instituições Legislativa e Judiciária, prejudicaria de muito a governabilidade do segundo mandato. Colocaria em frangalhos a estabilidade política necessária ao bom desempenho da administração federal.
2) No mesmo cenário da reeleição do presidente, mas se acontecesse no primeiro turno, por conta de invulgar manifestação do eleitorado, a equação seria invertida. Montado num inequívoco pronunciamento de confiança da Nação, o presidente passaria da defesa ao ataque. Encaminharia ao novo Congresso profundo projeto de reforma política. Diante da perplexidade geral e da confusão que naturalmente marcará o quadro partidário depois da aplicação da cláusula de barreira, o Planalto poderia cobrar dos parlamentares um prazo mínimo para a aprovação de mudanças radicais, elaboradas à imagem e semelhança dele e de seu partido. Se o Congresso não respondesse, dada a confusão reinante, quem garante que calcado em sua força eleitoral Lula não proporia a realização de um plebiscito, capaz de manter acesa a chama do maciço apoio popular? Imporia a sua reforma, com as mudanças que bem entendesse, a começar pela possibilidade de permanecer no terceiro e, quem sabe, no quarto mandatos? Nesse caso, o Congresso estaria de cócoras ou enterrado a sete palmos do chão.
Editado por Giulio Sanmartini às 9/21/2006 01:04:00 AM |
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