Entrevistas
Arthur Virgílio
Gerson Camata
Júlio Campos
Roberto Romano - 1ª parte
Roberto Romano - 2ª parte
Eluise Dorileo Guedes
Eduardo Mahon
p&p recomenda
Textos recentes
Arquivo p&p
  
AS FALKLANDS BRASILEIRAS
Por Ralph J. Hofmann

Nos anos oitenta havia negociações em andamento entre o governo inglês e o argentino sobre um intercâmbio das Ilhas Falkland com a Argentina. Eram negociações que sabidamente levariam anos, mas transcorriam pacificamente, mesmo por que sempre houve uma grande facção na Argentina de cultura britânica.
Subitamente, sem que tivesse havido qualquer fato novo, a Argentina invadiu pelas armas as Ilhas Falkland e transformou os cidadãos de lá em prisioneiros que possivelmente em data futura seriam alijados das terras que ocupavam desde os dias de Napoleão ou teriam de se naturalizar argentinos pela força.
Tratava-se de uma jogada política. Uma patriotada. Os generais argentinos distraiam o povo, levavam o povo às ruas com fitilhos azuis e brancos na lapela enquanto seguiam chacinando todo e qualquer elemento que rotulavam como subversivo dentro da Argentina.
Imediatamente ficou claro que a Inglaterra não podia engolir essa. Caso o fizesse o país perderia a capacidade de defender seus cidadãos e o patrimônio dos mesmos em qualquer lugar. Tinha de reconquistar as ilhas apesar da logística desafiadora das distâncias. Possivelmente as Falkland, e não o Canal de Beagle, pendência da Argentina com o Chile, foram atacadas justamente pela logística. O Chile, país ao lado poderia revidar com mais facilidade. Também seria mais difícil aos ingleses obter solidariedade brasileira do que o Chile.
A Bolívia passou a usar o Brasil como saco de pancadas para manter a felicidade de suas massas. A vida não melhorou para o povo. Mas estão dando bordoadas no Brasil, o gigante ao lado. E o fazem impunemente, garantidos pela certeza de que não serão invadidos, bombardeados ou enfrentados salvo nos tribunais internacionais. Coisa de anos e anos.
E pior, tacitamente transfere o controle de ativos brasileiros, sem a menor lógica ao vizinho venezuelano. São dois vizinhos que se unem para acabar com a estatura do Brasil. A tal de perda da Amazônia de que a esquerda por um lado e os militares brasileiros por outro lado, sempre alegaram temer, está em seus primeiros momentos. Mas não vinda da América do Norte ou da Europa. Vinda de dois vizinhos na região.
Será que realmente é ridículo pensar em invadir a Bolívia e derrubar o Evo Morales? Será que devemos esperar a Venezuela receber seu armamento moderno e terminar o treinamento de suas tropas no uso do mesmo. Será que pelo menos não devíamos estar fazendo ameaças duras, iniciando manobras militares nas fronteiras da Bolívia e da Venezuela?
Pelo menos com as manobras estaríamos complicando a vida dos cocaleros. Isso mexeria com a clientela que elegeu Evo Morales. Ou petróleo ou coca.
É de pequenino que se torce o pepino. Depois ...


Editado por Ralph J. Hofmann   às   9/16/2006 09:51:00 AM      |