Na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - O empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, uma das principais empresas da máfia das ambulâncias, afirmou que teve três encontros com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), no gabinete da Casa Civil do governo do estado.
A informação é do deputado Júlio Delgado (PPS-MG), que participou, ontem, da sessão que ouviu o depoimento de Vedoin, dono da Planam, uma das principais empresas do esquema de venda de ambulâncias superfaturadas.
Segundo Delgado, Vedoin reafirmou que as negociações, das quais o governador teria participado diretamente, envolviam o direcionamento das licitações em favor das empresas do esquema. "Ele não falou em dinheiro, mas falou que houve negociação e direcionamento", declarou o deputado.
Vedoin apontou detalhes, como o hotel em que ficou hospedado em Teresina no período em que as reuniões ocorreram. O empresário afirmou à CPI que o pregão eletrônico adotado pela central de compras do governo do Piauí "é totalmente vulnerável".
Ronildo Pereira, outro integrante do esquema preso na operação e sob acordo de delação premiada, declarou no depoimento à Justiça que os donos da Planam chegaram ao governo do estado pelas mãos do petista José Aírton Cirilo, integrante do Diretório Nacional do PT.
Os encontros destinavam-se a negociar verbas extra-orçamentárias superiores a R$ 10 milhões para a compra de ambulâncias e equipamentos médicos. Vedoin reafirmou que teria mantido encontros na Secretaria de Saúde do Mato Grosso do Sul, estado comandado pelo governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT.
Ele alertou a CPI sobre a importância de investigar também as liberações extra-orçamentárias e citou casos de repasses de verbas para municípios como Nova Iguaçu, com suposta participação de Cirilo. "Foram destinados R$ 18 milhões para Nova Iguaçu", disse Vedoin à CPI.
Editado por Giulio Sanmartini às 8/04/2006 02:17:00 AM |
 
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