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CÃES & OUTROS BICHOS
Por Giulio Sanmartini
Fabiana viu pela primeira vez algo seu escrito em letra de forma no Jornal de Feira de Santana, tratavam-se de poesias modernosas, depois o jornal fechou, não foi por culpa sua, como faz questão de ressaltar e mesmo continuando a escrever bisextamente tudo ficou na gaveta. Hoje ela é assistente da diretoria na Cooperativa Veterinária da Região dos Lagos (Maricá, RJ) e voltou a escrever sobre seu trabalho.
Ah! sim, seu nome completo é Fabiana Sanmartini, é minha filha.
ALFINETANDO RONALDO ESPER
Por Fabiana Sanmartini
Na última quarta-feira, passeando pelos canais da TV aberta, parei no programa da bela Gimenez que apresentava o quadro “Alfinetadas do Esper”. Estilista com passagem pela França, Itália e Inglaterra, Ronaldo Esper trabalhou em casas famosas da moda européia: Lancetti, Balestra e Valentino. “Toda a cultura da Europa me influencia até hoje”, confessa o estilista, de acordo com o site do Gilberto Barros, também apresentador.
Neste quadro o especialista julga sem a menor cerimônia e com pouquíssima delicadeza, ou melhor, sem a menor educação, o modelito de famosos em qualquer área. Eu que não sou especialista, me visto com o que gosto, que me seja confortável e me deixa feliz com o espelho, fiquei algo entre surpresa e apavorada quando ao aparecer a foto de Gisele Bündchen ao lado do irmão de di Caprio e um lindo bulldoguinho francês. O afamado estilista grita histericamente que o pug, esta coisa, fedia e que ninguém deveria ter um cão dessa raça.
Bem, vamos por partes, um cão não é uma coisa. Só os que os têm são capazes de entender a troca afetiva de que são capazes. Depois, pug, é a grafia, a pronuncia correta é “pâg”, ou carlin. Ele que passou tanto tempo fora do Brasil, justamente na Europa onde deu-se a propagação da raça, e a França, pais de origem do bulldog francês, é de se espantar que não consiga diferenciá-los.
Ambos são cães de companhia, tem excelente temperamento adaptando-se muito bem á pequenos espaços. O bulldog francês era freqüentemente presenteado as cortesãs pela nobreza francesa. Já o carlin é um pouco mais arteiro. Estão no mesmo grupo de cães, os chamados braquicefálicos, ou seja, seu corpo numa visão dorsal, é um triangulo de cabeça para baixo onde na base larga fica a cabeça.
A propósito, cães não suam em nenhuma hipótese já que não possuem glândulas sudoríparas, apenas sebáceas. Fazem sim a troca de temperatura, buscando o equilíbrio através da respiração e salivação. O que marca a região dos olhos é uma acidez nas lágrimas, facilmente resolvida com higiene diária usando algodão com água. O “carlin fedido” a que se referiu Ronaldo Esper pode se resolver em qualquer banho e tosa local ou com um pouco mais de atenção e higiene do dono, coisas que nunca sairão de moda.
Ficou-me a dúvida, o estilista realmente não gosta de animais ou existe ai uma referencia invejosa ao também estilista Clodovil, que, diga-se de passagem, tinha um belíssimo plantel de carlins, não sei se ainda os tem.
Já ia me esquecendo, em rede nacional, subir as calças até a altura do tórax e colocar a camisa para dentro das mesmas é de extremo mau gosto! Um homem tão antenado com a moda deveria saber que etiqueta não se trata do pedacinho de pano que fica preso as camisas indicando o tamanho.


Editado por Giulio Sanmartini   às   8/04/2006 10:40:00 PM      |