O singular nessa investida moralizadora da Justiça Eleitoral é que a maioria dos atingidos hesita em recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral, última instância para decidir sobre o futuro de cada um. Os suspeitos vão perdendo a capacidade de reagir e até de indignar-se, sinal de que já não contavam ultrapassar com segurança a barreira seguinte, da vontade do eleitorado.
Passo a passo, as instituições democráticas vão funcionando e se aprimorando, ainda que o grande teste se situe mesmo nas urnas. É claro que muitos corruptos voltarão, entre mensaleiros, sanguessugas e sucedâneos, assim como entrará em campo um time novo, dotado das mesmas características.
Ainda assim, o saldo é positivo, na demonstração de que um dia chegaremos lá, ou seja, a um sistema onde a corrupção acabará reduzida a níveis suportáveis. A lamentar está o fato de que, enquanto a sociedade avança na depuração do Legislativo, continuam faltando mecanismos para aprimorar o Executivo. Inexiste a necessidade de registro junto à Justiça Eleitoral para ministros, diretores de departamentos e seções do serviço público, dirigentes de empresas públicas, muito menos para assessores, aspones, ocupantes de DAS e congêneres...