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30 ANOS
Por Onofre Ribeiro
Completei na última sexta-feira 30 anos morando em Mato Grosso. Cheguei de carro numa terça-feira, dia 25 de agosto de 1976, às 19 horas, vindo de Brasília. Tinha na época 32 anos e a disposição de um leão. A cada 15 dias voltava de carro na sexta-feira à noite para ver a família que deixara até o fim do ano letivo, e voltava no domingo à noite para trabalhar na segunda-feira pela manhã.
Mas neste artigo não quero falar de reminiscências e nem de lembranças. Apesar de serem muitas, boas e ruins, há outras coisas a juntar às memórias. Vou tentar traçar uma linha de transformações de expectativas desse período e lançar uma perspectiva de compreensão do futuro.
Em 1976, a região Norte do Estado(ainda não fora dividido), hoje Mato Grosso, tinha 599 mil habitantes. Menos do que Cuiabá tem hoje. Em 2005, a população era de 2 milhões 805 mil. Em 35 anos cresceu 418%, mais de quatro vezes aquela de 1970. Foi gente vinda de todas as regiões do Brasil atendendo às dificuldades sociais e econômicas de suas regiões, e motivada pela determinação do governo federal de ocupar a Amazônia.
Em 1976, a região Norte do Estado(ainda não fora dividido), hoje Mato Grosso, tinha 599 mil habitantes. Menos do que Cuiabá tem hoje. Em 2005, a população era de 2 milhões 805 mil. Em 35 anos cresceu 418%, mais de quatro vezes aquela de 1970. Foi gente vinda de todas as regiões do Brasil atendendo às dificuldades sociais e econômicas de suas regiões, e motivada pela determinação do governo federal de ocupar a Amazônia.
De um momento para o outro, o censo de 1980 acusou 1 milhão 139 mil habitantes no estado. Em 2000 chegou a 2 milhões 498 mil. A essência, é que mudou completamente os perfis cultural, social, sociológico, comportamental e geral da população original do estado, e das pessoas que migraram ao longo daqueles 30 anos.
Hoje apenas 38% da população de Cuiabá ainda é original. O restante são os migrantes, e mais os seus filhos nascidos aqui, que são cuiabanos. É difícil hoje determinar essa questão de quem nasceu e quem veio, porque os filhos casaram-se entre si, sem a menor cerimônia com a origem escrita na carteira de identidade dos pais.
Mas quero falar um pouco de futuro. Estudo “Mato Grosso mais 20”, recém-concluído pela Secretaria de Estado de Planejamento, aponta que em 2025, daqui a 20 anos, a população do estado será de 3 milhões 915 mil habitantes. Traduzindo: crescerá 39% em relação à atual, contra os 418% que cresceu nos últimos 35 anos, entre 1970 e 2005.
A população de Mato Grosso será menor do que as atuais populações de Salvador (6.704.932 habitantes), Belo Horizonte (4.819.000 hab.), São Paulo (20.700.000 milhões), Rio de Janeiro (14.387.225 hab.). Será um pouco maior do que a de Porto Alegre (3.305.594 hab.), Recife (2.875.000 hab.), Fortaleza (1.958.000 hab.) e Curitiba (1.800.000 hab.).
A leitura crítica é que teremos um estado de economia rica, com renda per capita muito alta e uma qualidade de vida muito alta também.
De minha parte, fico aqui curtindo esses 30 anos e lembrando-me de como era incipiente tudo que hoje se tornou tão majestoso, como viajar entre Cuiabá e Goiânia e não ver uma lavoura sequer. E hoje, esse gigantismo na produção e no crescimento.
Sinto-me muito realizado com tudo isso e deixo para os meus descendentes, como todos nós deixaremos, que continuem com tudo isso e desfrutam de um futuro extraordinário que está sendo construído desde esses 30 anos.


Editado por Giulio Sanmartini   às   8/26/2006 04:24:00 AM      |