por Giulio Sanmartini Em 1985, eu morava na cidade Franco da Rocha (Grande São Paulo) e trabalhava como free-lancer no periódico local. Coube-me fazer a cobertura do último comício dos dois principais candidatos às eleições para prefeito de São Paulo. A vaga era disputada palmo a palmo por Fernando Henrique Cardoso e Jânio Quadros. O primeiro era suplente de senador, professor universitário aposentado compulsoriamente pelo regime militar e no exílio fora professor na Sorbone (Paris), mesmo não tendo experiência em administração pública, possuía um curriculum invejável. O segundo havia sido um bom prefeito e um bom governador de São Paulo. Fora também por sete meses presidente da República, mas renunciou por motivos nunca bem esclarecidos. Em minha juventude havia sido janista, pois este com seu símbolo, a vassoura, prometia varrer toda a corrupção que grassava no país deixada por Juscelino Kubitschek. Todavia, em 1985, sua honestidade pessoal, já era motivo de grandes dúvidas. Passei nos dois comícios, conversei com participantes e resolvi voltar logo pois tinha que fechar a matéria ainda naquela noite. Ia no carro “escrevendo-a” mentalmente, quando, de chofre, sou interrompido pelo motorista: - Seu Giulio, Jânio vai ganhar! - Por que? – perguntei surpreso - O senhor não viu?, no comício de Jânio tinha mais pobre que no de Fernando Henrique, como no Brasil tem mais pobre que rico... De fato Jânio ganhou na conta do chá, ainda ironizando o candidato vencido, pois este imaginando-se eleito na véspera sentara-se na cadeira de prefeito. Assim, ao assumir, o homem da vassoura, levava na mão um inseticida em spray para desinfetar a tal cadeira. Sua administração foi discreta, com algumas atitudes tresloucadas típicas de seu estilo e encerrou a carreira política. Ao que tudo indica, os “intelectuais” petistas, estão contando com a pobreza para a reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva e este, com seus planos criminosamente assistenciais, a cultiva como quem cuida de sua horta particular, desejando cada vez mais pobres, aqueles que não perturbam, o máximo que fazem é ir igreja rezar e depois colocar o seu voto para quem lhes dá a esmola com o dinheiro alheio. Todavia a última pesquisa de opinião, que foi feita antes das infelizes declarações do presidente, mostra que quilo que parecia uma tranqüila caminhada por estrada asfaltada está se transformando em um duro caminho de pedras, difícil especialmente para quem não está acostumado a esforços. A intenção de votos de seu principal adversário Geraldo Alkimin, aumentou de 9 pontos enquanto e a de Lula caiu 4, fato que ainda o levaria a uma vitória no primeiro turno. Mas o alarme nas hostes (bando?) petista começou a tocar. Esperamos que o eleitores brasileiros honestos e conscientes mostrem ao candidato “pai dos pobres”, que não se pode abusar e insultar impunemente a inteligência alheia.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/03/2006 11:24:00 AM |
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