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A FEDERAÇÃO DOS DERROTADOS
por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa
BRASÍLIA - À medida que transcorrem os três meses que nos separam das eleições, a ansiedade não se limita aos partidários do presidente Lula, menos, e do ex-governador Geraldo Alckmin, mais. Bem maior é o sentimento de insegurança verificado nos pequenos partidos prestes a desaparecer por causa da cláusula de barreira.
Caso não consigam no primeiro dia de outubro 5% do eleitorado que vai votar para deputado federal, espalhados em pelo menos nove estados, perderão o direito de representação no Congresso PC do B, PPS, PV, PSB, Psol, PL, PSC, Prona, PRB, PTC e talvez PDT, entre os que hoje dispõem de deputados no exercício de seus mandatos. Outros também sairão pelo ralo, daqueles sem parlamentar, tornando-se constrangedor citá-los.
Fazer o quê, para a maioria desses partidos, muitos deles históricos e com serviços prestados à causa da democracia? Vão disputar as eleições, carregam a esperança de poder ultrapassar as exigências de desempenho, mas, na realidade, sentem a proximidade do encerramento de suas atividades. Seus candidatos que forem eleitos poderão ocupar os mandatos, mas sem o respaldo partidário.
A solução seria constituírem uma federação de derrotados, pela criação de uma legenda maior. O problema será compô-los em torno de princípios comuns. Entre os pequenos há adversários e até desafetos, tornando-se missão impossível imaginá-los reunidos. Pode ser que a necessidade de sobrevivência supere os obstáculos, mas, por enquanto, não impede a ansiedade.


Editado por Giulio Sanmartini   às   7/05/2006 03:05:00 AM      |