na Tribuna da Imprensa SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, cobrou ontem explicações do presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre as irregularidades do tesoureiro da campanha petista, José de Filippi Júnior, durante suas gestões na prefeitura de Diadema (1993-1996, 2001- 2004 e 2005-2006). "Cabe ao PT e ao candidato explicar. Vamos aguardar. Acho que estão devendo explicações à sociedade já no início da campanha com a questão do tesoureiro (Filippi)", disse Alckmin. A escolha de Filippi como tesoureiro - ele se licenciou do cargo por 90 dias - e a informação de que contratou, sem licitação e por 13 anos, o advogado e deputado do PT Luiz Eduardo Greenhalgh (SP) para serviços de consultoria na área jurídica na prefeitura de Diadema foram temas de críticas da oposição. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse que o caso lembra outros nos quais o PT está envolvido. "Isso está parecendo uma réplica de Santo André e Ribeirão Preto, ou seja, está de volta o velho esquema de arrecadação de recursos para a campanha. O PT não aprende mesmo", comentou o tucano, ao citar as administrações petistas nas duas prefeituras acusadas de fazer caixa 2 para o partido. Vice na chapa de Alckmin, o senador José Jorge (PFL-PE) ressaltou que, quando foi indicado para a tesouraria na eleição passada, o petista Delúbio Soares era considerado inocente. "Mas o novo (Filippi) já começa como suspeito e debaixo de acusações", observou. Alckmin também voltou a falar em reeleição. Em entrevista, disse não acreditar que o governador de Minas, Aécio Neves, e o candidato tucano ao governo paulista, o ex-prefeito José Serra, vão desembarcar de sua campanha em razão de ele ter assumido, com mais vigor, a postura de que, se eleito, não trabalhará pelo fim da reeleição. Dentro do PSDB, Aécio e Serra são cotados para a disputa ao Planalto em 2010. "Não há nada disso (rumores do corpo mole de Aécio e Serra após as declarações de Alckmin sobre a reeleição). Acho até que seria uma desconsideração, tanto com Aécio quanto com Serra, achar que eles apoiariam, ajudariam ou deixariam de ajudar em razão disso. Seria descortês e deselegante com eles", afirmou. O ex-governador paulista voltou a insistir que a decisão pela manutenção ou fim da reeleição cabe ao Congresso.
Editado por Giulio Sanmartini às 7/05/2006 03:02:00 AM |
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