Entrevistas
Arthur Virgílio
Gerson Camata
Júlio Campos
Roberto Romano - 1ª parte
Roberto Romano - 2ª parte
Eluise Dorileo Guedes
Eduardo Mahon
p&p recomenda
Textos recentes
Arquivo p&p
  
Efeito peido
13 de Janeiro de 2006
Por Adriana Vandoni

Recebi uma matéria muito interessante para o Brasil e em especial para Mato Grosso. Cientistas ingleses descobriram que o gado libera por dia, cada um, até 500 litros de gás metano através do peido. Ou seja, cada peido da vaca contribui para o aquecimento do globo terrestre.
O metano, junto com o dióxido de carbono, o óxido nitroso e outros são os gases responsáveis pelo efeito estufa. Eles provocam a retenção do calor e aquecimento da superfície da terra.
Ai, Jisus!, era só o que faltava. Não duvido que apareça uma ONG fazendo campanha para o abafamento do peido da vaca.
Imaginem só: o Brasil tem um rebanho de mais de 200 milhões de cabeças, cada cabeça vem acompanhada do órgão responsável pela liberação do peido. Traduzindo: a cada dia o gado brasileiro libera algo em torno de 100 bilhões de litros de metano na atmosfera.
Não entendo como ainda estamos vivos!
Por outro lado, esses mesmo cientistas da Grã-Bretanha, do Rowett Research Institute, estão testando um aditivo alimentar que pode diminuir em até 70% a quantidade de gás metano liberado pelo gado. Os testes já estão em estágio adiantado e podem entrar no mercado ainda este ano. Não é fantástico?
O pecuarista brasileiro que há anos investe em melhoramento genético, em qualidade do pasto, que anos atrás teve que comprar brinco para rastrear seu gado e que, segundo Lula, foi o responsável pelo foco da febre aftosa, terá, em breve, que se preocupar com a qualidade do peido do seu rebanho.
Segundo o chefe da equipe de pesquisa, John Wallace, o uso do aditivo alimentar é bom para o meio ambiente e vantajoso para o pecuarista, pois, "a energia do metano é mantida no corpo do animal", logo, terá aumento de peso.
Opa!, e esse metano entranhado no bicho não vai fazer mal ao ser humano que ingerir a carne? Hummm! Isso ninguém questionou ainda. Vou lançar uma campanha ao estilo da "não como soja transgênica!". A minha será: "não como carne de boi despeidado!".
Wallace explica que para cada 10 quilos de alimento (com o aditivo que ele criou) consumido, o gado produzirá 10% mais de peso corporal. Sei não! Mas imaginem um boi estufado com gás metano! Céus!, vamos é criar um exército de bois bombas! A hora do abate se tornará um risco mortal.
Mas a idéia não é de todo ruim, vejo algumas alternativas.
Estava conversando sobre o assunto com um entendido da área (não de peido, mas de gado) que pediu para não ser identificado, provavelmente pela relevância do tema, e eu o questionei se não haveria a possibilidade do produtor que controlar a emissão de gás metano do peido da sua vaca poder se inserir no protocolo de Quioto. Eu e esse tímido consultor para assuntos aleatórios já estamos até pensando em montar uma empresa que emitirá certificados de seqüestro de carbono do peido das vacas. Será a primeira certificadora do Brasil.
Tem outra alternativa, esta para os pecuaristas que não se inserirem no programa de Quioto. Mato Grosso tem 26 milhões de cabeças de gado, o que corresponde a 13 bilhões de litros de metano por dia. Ora, o metano é um combustível alternativo. O governo do estado pode criar o Própeido, nos moldes do Proalcool e dentro desse programa criar o Funape - Fundo de Apoio ao Peido, que financiará a construção do Peidoduto. A idéia é canalizar o gás liberado pelo gado e distribuir em postos de gasolina. Não é de minha competência, mas eu chamaria para padrinho do Peidoduto o deputado Sérgio Ricardo (desculpa Sérgio, mas não resisti).
Existem outras alternativas que estamos (eu e meu sócio tímido) estudando. Estamos em fase de captação de recursos para a continuidade das pesquisas. Os interessados nos projetos podem e-mails para avandoni@gmail.com, que logo que concluirmos as pesquisas entraremos em contato.


Editado por Adriana   às   3/30/2008 08:15:00 PM      |