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A PEDRA FILOSOFAL

Os alquimistas estão chegando! - Jorge Ben Jor

Ralph J. Hofmann – 31/12/06

A “pedra filosofal" pesquisada por gerações de alquimistas não era necessariamente uma pedra. Era algum elemento que certamente estaria na natureza, não identificado mas disponível, bastando identificá-lo, que transmutaria metais comuns em ouro. O ouro neste caso, tanto representava a riqueza, como o meio para que se atingisse todos os desejos.

Os alquimistas não tinham qualquer coisa que justificasse sua crença na existência dessa maravilha, mas tinham fé inquebrantável de que ela existia. No meio do caminho, buscando a pedra filosofal descobriram outras pedras mais sólidas, os alicerces da moderna ciência. Mas quem soube usar essas descobertas não foram os alquimistas que eram essencialmente místicos. Foram observadores frios, matemáticos, químicos e físicos.

Contudo pode-se dizer que todas as sociedades unidas por ideologia continuam em busca da pedra filosofal que passou pelo nome xerios, grego, e através do latim passou a ser chamado de elixir pelos árabes e entrou através deles nos idiomas europeus, e que seria a poção mágica que domina o imaginário desde os relatos de cruzados até as estrepolias do Dr. Jekyll e Mr. Hyde.

Isso nos traz aos elixires dos séculos XIX e XX. As ideologias comunista e socialista, passando inicialmente pelos anarquistas.

Bastaria adotar um desses elixires que tudo passaria a correr com justiça, com equanimidade com direitos iguais para todos. E aí é que mora o perigo. O elixir é apenas conceptual. Não há uma vacina que inoculada em cem porcento da população nos transforme num enorme formigueiro cada qual operando no seu espaço designado.

Imaginemos que o elixir tivesse sido ministrado ao nosso atual Grande Timoneiro reeleito, e aos seus sequazes. Como bons socialistas que seriam, submergiriam suas ambições pessoais, o ócio deliberado de 30 anos do primeiro executivo, e planejariam um país eficaz e justo.

Mas estamos entrando no segundo mandato. Nas quarenta e oito horas que passaram apenas ouvimos falara em reforma política. O que significa isto? Aparentemente é uma divisão de espólio.

O resto, a agonizante indústria do turismo torpedeada pelo desvio de recursos da ANAC, pelas guerras dos morros do Rio de Janeiro, a cadente produção agrícola, o alívio de impostos para evitar que ramos industriais inteiros fechem as portas, tudo isto fica por conta do elixir.

Não me surpreenderei se o primeiro Diário Oficial deste novo mandato tiver um Edital para a contratação de alquimistas. A receita para o pagamento destes novos barnabés será gerada pelo corte de 200 ou 500 cientistas da EMBRAPA, ANA e outros órgãos.


Editado por Ralph J. Hofmann   às   1/01/2007 07:53:00 PM      |