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ISONOMIA
Ralph J. Hofmann – 05/12/06

Isonomia – Estado ou condição dos que são governados segundo as mesmas leis.

Acredito que tenha chegado a hora de termos um pouco de isonomia neste país. Creio até mesmo que este deveria ser o objetivo principal do congresso eleito que assume em 2007.

Isonomia é uma palavra que tem apenas sido usada para reger os direitos de funcionários públicos de diferentes áreas. Até a definição acima, do “Grande Dicionário da Língua Portuguesa” parece entender que é uma coisa de leis. Mas o sentido real é de tratamento e condição igual, não necessariamente sob a lei, segundo usos e costumes. Essa história de sob a lei é só uma maneira de promotores se equipararem com juizes, juizes com presidentes, funcionários públicos de uma área demandarem igualdade com os de outra área (exceto os professores) desprezando noções de qualificação, responsabilidade, periculosidade ou desgaste.

Então imaginemos um Brasil isônomo. A primeira conseqüência evidentemente seria a de que se o MST invade minha terra eu prontamente invado um assentamento e ponho o povo de lá para correr. Se eu não posso ser dono da minha terra eles tampouco.

Se o porto onde eu opero meus embarques for ocupado por sem-terra e eu perder meu prazo de entrega no exterior, nada mais natural que eu imediatamente tome máquinas, prédios do MST além de que bloqueie repasses de dinheiro do meu imposto de renda suado a quem fez isto. De lambujem invado as residências, sejam quantas forem dos ministros que aprovaram ceder às pressões ilegais. Por questão de isonomia nada me poderá ser feito. Bruno Maranhão que o diga. Aliás, alguém tem o endereço do apartamento dele?

Imaginemos que na minha rua ocorra um assalto, um tiroteio de bandidos fortemente armados. A polícia não os desarma. Imagine isto num túnel do Rio de Janeiro. Nada mais natural que eu abra o porta-malas e retire meu arsenal e me ponha a atirar nos bandidos. E se a polícia implicar comigo deverá ser sumariamente sujeitada a punições. Afinal de contas, o insucesso da polícia me deixa desprotegido. Os bandidos têm armas e eu não. Falta isonomia.

A alegação de que a polícia possui treinamento para manusear a arma e eu não é ridícula. Se os bandidos podem obter adestramento no uso de armas eu também posso. Talvez a polícia precise de mais adestramento. Sei que eles sabem atirar, mas será que sabem como fazer uma manobra tática de forma a efetivamente cortar as rotas de fuga dos bandidos. Garanto que assim como os bandidos sabem se exfiltrar de pois de um ataque há muitas pessoas que tem boas idéias de como cortar sua retirada.

Mas ainda estou buscando uma forma de obter isonomia com os milhões de eleitores que reelegeram o governo por alguns quilos de feijão e alguns caraminguás em dinheiro. Como a maioria desse dinheiro sai dos impostos indiretos o financiamento dessa compra de votos é muito insidioso. Me faz pagar para ser governado por quem me está levando para o abismo e quiçá a guerra civil.
Talvez a solução para obtermos isonomia seja cobrarmos do governo 37 porcento do PIB ao ano para permitirmos que nos governe. Aí zeramos a conta e vamos começar uma conversa para iniciar tudo de novo. Trabalhou, cumpriu um objetivo, ganha dinheiro. Primeiro realiza, depois recebe a liberação.

Lembrem do dito popular americano:

“In God we trust. All others pay cash” – Confiamos em Deus. Todos os demais pagam à vista. Inclusive governos.





Editado por Ralph J. Hofmann   às   12/05/2006 10:29:00 PM      |