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QUEM GANHA AQUI, GASTA AQUI
Por André Leite - engenheiro e colunista do CircuitoMT

Esta semana eu li um lindo artigo sobre uma família que resolve comemorar o aniversário de uma de suas crianças em um orfanato. O que era pra ser uma rotineira comemoração, virou uma edificante e educativa ação de solidariedade. Até aí tudo bem. Lá pro final do artigo, o autor cita que os pais trouxeram os balões decorativos de São Paulo. Essa pequena passagem me fez pensar e acabou virando o tema desta semana.
É comum escutarmos a seguinte frase em Cuiabá, “comprei em São Paulo”. Quanto mais abastada é a pessoa, mais comum é esta frase. Isto mesmo após a enxurrada de lojas sofisticadas que invadiram Cuiabá nos últimos anos. Pode-se dizer que a oferta de produtos destinados ao consumo das classes A e B subiu muito. Em um momento difícil que a economia de Mato Grosso atravessa, é sempre útil lembrar que nossa recuperação passa também pela dinamização de nosso comércio. Prestigiando o comércio local você estará ajudando a fixar e criar empregos em nosso estado. Também estará ajudando o estado a arrecadar impostos aqui.
É claro que tem o argumento do preço, que as coisas em São Paulo são mais baratas que aqui. No segmento de moda, temos em média um acréscimo de 18,50% por conta do ICMS. Temos também uns 2,50% por conta do frete. Só para ficar igual ao praticado em São Paulo, temos um sobre preço de 21%. Mas essa diferença tem se reduzido. O comerciante, sabendo que seu cliente freqüenta outras praças, tem obtido em negociações com seus fornecedores melhores preços. Temos também a presença em nosso estado de diversas franquias, que trabalham com preço único em todo Brasil. De um modo geral, o mercado local não tem mais espaço para marcações astronômicas. Os preços aqui praticados e os de São Paulo tem convergido. Quem salga na mão produtos para as classes A e B simplesmente não vende.
O que não pode é vermos profissionais cuiabaníssimos e também os que aqui se fizeram, comprando para seus clientes em São Paulo o que poderiam comprar aqui. Por amor e por racionalidade deveriam propor ao empresário local “tenho por tanto em São Paulo. Faz igual?”. Usando um termo que é peculiar aos meus colegas esquerdistas de página, temos que acabar com essa mentalidade “colonizada” que por aqui impera. Uma economia forte e dinâmica passa obrigatoriamente por um comércio forte. Quem ganha por aqui sua vida, tem obrigação de aqui gastar e investir seu suado dinheirinho.


Editado por Adriana   às   11/18/2006 09:35:00 PM      |