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SEGUNDO TURNO
Por Plínio Zabeu
As eleições transcorreram sem incidentes. O povo soube cumprir com o dever de votar, embora uma boa parte tenha mostrado que ainda precisa aprender a fazer-lo com mais seriedade, com mais responsabilidade.
É triste, estarrecedor, dá raiva, dá vergonha, asco e revolta a leitura da relação de certos eleitos para o legislativo. Mensaleiros, sanguessugas, participantes da lista dos quarenta ladrões, renunciantes espertos e até gente com prisão preventiva decretada, hoje festejam sua condição de parlamentares com todas as vantagens e mordomias chocantes (há poucos dias o Tribunal determinou que fossem pagas a eles as despesas de viagem e gasolina de janeiro até julho, num montante de quase 200 mil cada um). Riem na nossa cara e da nossa cara. Sabem que serão sempre impunes. Têm conhecimento das nossas leis que os privilegiam em foro especial para julgar seus crimes.
Pior ainda, os que elegem desonestos, passam a ter a mesma definição.
Uma das alegrias que tivemos foi que a deputada criadora da famosa “dança da pizza”, não conseguiu ser reeleita. Este foi um motivo real de festa.
Quanto ao presidente, podemos crer que foi uma enorme vantagem para o povo em geral, o fato de não ter conseguido a reeleição no primeiro turno, coisa que todos temíamos. Imaginemos a conduta dele hoje, lembrando o que disse há uma semana: “Vou ganhar no primeiro turno. Quem tiver a pretensão de ir para um segundo turno terá que esperar até 2010”. Numa arrogância sem par, negou-se a comparecer a um debate onde teria certamente dificuldade em explicar atos freudianos, churrasqueanos, coordenadores etc..
Agora terá tempo para analisar que a parte mais importante do país – aquela que gera empregos e recursos para que o Governo Federal possa gastar sem nenhum cuidado – não o aprova. Seu prestígio permanece alto, firme e até em ascensão na parte territorial maior onde foram implantados programas chamados de “assistencialismos”, verdadeiros salários-esmolas em troca de milhões de votos.
Teremos, no restante do mês, oportunidade de verificar com cuidado necessário, o risco que corremos com os novos e os já experimentados mensaleiros. Agora eles saberão com detalhes como se comportarão, ainda mais sem “Robertos Jeffersons” a denunciá-los.
Ainda é tempo. O Lula de hoje é muito, mas muito diferente mesmo do que era na semana passada, já que teve que descer do pedestal que armou. Nem Cristo, nem Tiradentes. Brilhante a explicação por não ter vencido já: “Faltaram votos...”(!!!)


Editado por Giulio Sanmartini   às   10/04/2006 03:08:00 AM      |