Por Jayme Copstein - Rádio Gaúcha
Chama atenção, no dia em que se festejam os 100 anos do vôo de Santos-Dumont no 14-Bis, ser a única efeméride importante e definitiva que o Brasil tem para comemorar no âmbito mundial. O resto são façanhas esportivas: multicampeonatos de basquete e futebol, recordes de salto tríplice, a perfeição olímpica de Daiane Santos na ginástica acrobática. Assim mesmo, sendo a única efeméride de âmbito mundial, o Brasil a comemora mal. E o faz pelo pecado histórico que se comete contra seu povo, qual seja o de mantê-lo, através da educação deficiente, na mais crassa ignorância.
A importância do 14-Bis não é o de uma façanha esportiva. Como o avião não foi inventado por ninguém, mas resultou de um longo processo de aperfeiçoamento através de séculos, pouco importa quem fizesse isso primeiro ou passasse mais tempo naquilo outro. Santos Dumont, na história da aviação mundial, ocupa o lugar mais importante. Deve ser equiparado a Cristóvão Colombo e a todos os descobridores que libertaram o homem para a civilização. Foi ele quem percebeu que os balões no ar se comportavam da mesma maneira que os barcos que flutuam na água. Adaptou um motor de automóvel aos balões, para não depender do vento, e também um leme que permitiu navegar para a esquerda e para a direita e voltar para o ponto de partida. Sem isso, os balões não teriam nenhuma utilidade prática. Mais tarde, o problema se apresentou com os aviões, para fazê-los subir e descer sem que se esborrachassem no chão. De novo, funcionou o gênio de Santos Dumont. As asas do seu 14 Bis eram dotadas de caixas que se moviam para cima e para baixo, fazendo com que o ar elevasse o avião ou o trouxesse suavemente a terra. Sem isso não teria havido aviação. Sem Santos Dumont, teria demorado muito mais para ser descoberto. Foi ele quem desbravou os caminhos do céu.
Editado por Adriana às 10/23/2006 11:45:00 AM |
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