Entrevistas
Arthur Virgílio
Gerson Camata
Júlio Campos
Roberto Romano - 1ª parte
Roberto Romano - 2ª parte
Eluise Dorileo Guedes
Eduardo Mahon
p&p recomenda
Textos recentes
Arquivo p&p
  
RAIZ DE TDOS OS MALES
Por Fabio Grecchi na Tribuna da Imprensa
Os dirigentes do PT são descartáveis. Desde a eclosão da crise do mensalão, foram vários os personagens que há décadas estavam no partido expurgados sem dó nem piedade. Ontem, com o "dossiêgate", outra leva subiu as escadas do cadafalso e desceu inanimada pendurada pelo pescoço. Stalinismo em sua mais pura essência.
Um dos livros mais bem escritos sobre o que foi o período de Josef Stalin à frente da União Soviética é "Arquipélago Gulag", de Alexandr Soljenitsin. Ex-preso político, desterrado nas prisões da Sibéria, exilado nos Estados Unidos, retratou em quase mil páginas a loucura do Kremlin e a horda de puxa-sacos que girava em torno do ex-ditador soviético.
Stalin não admitia oposição, não tolerava traição, não sustentava associação. Todos para ele eram úteis até que perdessem a função. Sua trajetória sangrenta começou com o assassinato de Leon Trotski, exilado no México. Ramón Mercader, membro do PC mexicano e contatado pelo Politburo, pôs fim à principal liderança fora do PCUS.
Stalin usou Beria enquanto este jamais se importou de fazer política enfiando a mão na merda - para usarmos uma figura de linguagem recente celebrada pelo eminente petista Paulo Betti. Usou Molotov enquanto foi preciso massacrar os vizinhos para consolidar a superioridade soviética (substituído por Gromiko, já na época de Kruschev, mais astuto e menos sanguinário).
Stalin não respeitou sequer o marechal Zhukov, o homem que defendeu Moscou, salvou Stalingrado e comandou o avanço para a queda da Alemanha. Apesar dos imensos serviços e do heroísmo, o general foi colocado no ostracismo, caminho que seguiram depois outros dois grandes comandantes da II Guerra, Rossokovski e Timoschenko. Quando Stalin morreu, não restou outra alternativa a Kruschev que não fosse reconhecer os crimes do antecessor. Era isto ou o esfacelamento da União Soviética.
O stalinismo corrompeu o PT. A lista é grande: José Genoino, José Dirceu, Gilberto Carvalho, Luiz Gushiken, Silvio Pereira, Marcelo Sereno, Delúbio Soares e, mais recentemente, Jorge Lorenzetti, Hamílton Lacerda, Freud Godoy e Ricardo Berzoini. Tem ainda os peixes pequenos, mas o primeiro time foi condenado ao gulag. Mau sinal: algo está errado. Mesmo porque, tantas pessoas não podem ter se equivocado tanto, ao mesmo tempo.
Se o problema não for com a estrutura do partido, tudo aponta para o comandante supremo.


Editado por Giulio Sanmartini   às   10/07/2006 05:03:00 AM      |