Por Giulio Sanmartini O escândalos do governo petista seriam um prato cheio para o jornalismo investigativo, mas no Brasil tudo vai passando a espera do olvido. O motivos são variados, começam pelos jornais que para sobreviverem sempre precisaram de propaganda do governo. Cito como exemplo o famosíssimo O Estado de São Paulo. Durante a ditadura, O Estadão recusou-se à autocensura, portanto foram colocados na redação os elementos do governo que a fariam. De uma feita, seu diretor Julio Mesquita Neto foi convocado para depor na II Região Militar, o interrogador começou perguntando: - O senhor é o diretor responsável do jornal O Estado de São Paulo? - Não! – respondeu, para espanto de todos, Mesquita Neto. - Então quem é? – continuou o interrogador - O ministro da Justiça, professor Alfredo Buzaid, que todas as noites tem um censor na tipografia do jornal. Muito bonito e heróico não fosse um pequeno fato O grupo OESP, para a construção da nova sede, para não recorrer ao governo pediu empréstimo ao Banco de Boston, a dívida era em dólares e nessa moeda devia ser pago, isso num momento que a economia brasileira havia esfriado e o faturamento publicitário da empresa teve uma acentuada queda. Na época, Mesquita Neto já havia falecido e a direção do jornal passara a seu irmão Ruy Mesquita. Este encontra o então ministro da Agricultura do general João Figueiredo, Delfin Neto este diz-lhe confidencialmente que caso, que se estivesse no lugar do ministro da Fazenda promoveria uma maxidesvalorização da moeda nacional com relação ao dólar. Mesquita preparou-se, pouco depois Defin assumiu o Ministério da Fazenda, , o Grupo O Estado investiu tudo que tinha e não tinha em dólares, quando chegou a máxi, como ele já sabia, pode pagar a dívida com o Banco de Boston e ainda sobrou dinheiro. Com isso quero dizer, que a independência do Estadão perante o inquisidor deixou de existir ao aceitar um informação altamente privilegiada, passada de forma pouco legal. Este é o jornal mais independente do país, todos os outros dependem da propaganda oficial. Outro motivo que inibe o jornalismo investigativo, são os próprios jornalistas, mal pagos, sem recursos, quase nem fazem artigos opinativos, os poucos que os fazem não tem tempo para investigações. De mais a mais nota-se uma simpatia muito grande por parte dos profissionais da imprensa no governo Lula e no PT. Agora mesmo, depois do debate na Bandeirantes, todos estavam murchos com o desempenho sofrível de Lula, mas logo depois das primeiras pesquisas voltaram a alegrar-se em seus artigos, contando com a reeleição, do “Grande Presidente”, que fez mais que todos os outros juntos, mas nada vê e nada sabe. Nisso tudo soa alarmante a nota da por Cláudio Humberto (15/10) “Mídia será retaliada O governo Lula pretende retaliar empresas de comunicação e jornalistas, inconformado com a cobertura “exagerada” dos escândalos de corrupção. A retaliação conta com a vitória de Lula e, já em 2007, prevê corte drástico nas verbas para propaganda, hoje estimadas em R$ 1,2 bilhão, sem contar os gastos de estatais como a Petrobrás e bancos oficiais. “Se a direita quer corte nas despesas, vai ter”, ameaça um dos ministros mais ligados a Lula.” Este é o um decidido passo para a tentativa de um governo ditatorial como sempre foi a intenção nos “pensantes” que cercam Lula, e até do próprio presidente que outro dia, sem a mínima vergonha, aventou a hipótese de fechar o Congresso. Os escândalos estão aí mesmo, desde a viagem da ministra Benedita da Silva, dos benefícios recebidos pelos amigos a parentes presidenciais, o mensalão, os sanguessugas, as cartilhas pagas e inexistentes e o dossiegate. Sem um jornalismo investigativo tudo terminará como a condenação de Paulo Maluf, esteve até preso, as agora é o deputado mais votado do país, foi mais uma vez condenado, mas o recurso demorará uns quatro anos, Istoé o tempo de cumprir o seu mandato. Ver ao que foi reduzido o Brasil, dá vontade de chorar.
Editado por Giulio Sanmartini às 10/16/2006 04:33:00 AM |
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