Por Giulio Sanmartini
Houve um tempo, não muito distante, em que um homem público, não chamava outro impunemente de ladrão. No mínimo jamais tornariam a se falar. Ao ver a foto acima que junta Lula e Sarney no mesmo comício, depois do primeiro ter chamado ou outro com todas as letras de “ladrão”e, como se não bastasse, Lula ainda agradecer o apoio que teve dos “Sarney”, para abafar o escândalo do “mensalão”, me vem uma enorme repugnância. São dois homens públicos, um que já foi presidente da República e outro que continua sendo, chegarem um nível nunca antes visto de indignidade, de safadeza, de sem vergonhice. Não se pode dizer que sejam farinha do mesmo, pois a farinha é um alimento milenarmente nobre, eles são é matéria do mesmo esgoto. (segue artigo do Jornal do Brasil) Lula retribui a Sarney por apoio na crise do mensalão SÃO LUÍS (Maranhão) - Sob um sol de quarenta graus e diante de cerca de cinco mil pessoas que o aguardaram por mais de duas horas, o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva pagou nesta terça-feira o que chamou de 'dívida de lealdade' com a tradicional família Sarney, que tenta retornar ao poder no Maranhão. - Quando tacavam pedras em mim, essa mulher e o pai dela estiveram ao meu lado e me defenderam - disse Lula, referindo-se à senadora Roseana Sarney (PFL-MA), que disputa o governo do Estado, e ao senador reeleito José Sarney (PMDB-AP), ex-presidente da República. - Amigo a gente conhece é na hora da doença, é quando a gente precisa de uma xícara de óleo emprestado - prosseguiu Lula, que pediu votos para Roseana, numa difícil eleição estadual, contra o candidato do PDT, Jackson Lago. O PT do Maranhão ficou com Lago, apesar da posição de Lula. Desde o primeiro turno, Roseana abriu uma dissidência no PFL, e foi ameaçada de expulsão do partido, por ter apoiado Lula e não Geraldo Alckmin, do PSDB. No comício desta terça-feira em Timon, Lula ressaltou especialmente o apoio que recebeu do ex-presidente Sarney nos momentos mais agudos da crise do mensalão em 2005. Em agosto daquele ano, quando a direção do PFL ameaçou pedir a cassação do registro do PT por suspeita de movimentar dinheiro em paraísos fiscais, Sarney fez um discurso em defesa do partido e do presidente. - O Brasil não pode abrir mão do seu principal partido de esquerda - disse Sarney no Senado. Depois do discurso, o PFL desistiu da iniciativa. - Essas coisas a gente não esquece - disse Lula, erguendo as mãos de Roseana. (Reuters)
Editado por Giulio Sanmartini às 10/24/2006 09:06:00 PM |
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