No dia 24/10 o jornalista Enock Cavalcanti publicou um artigo (que vc pode ler aqui) onde diz que ser ilusão acreditar que “políticos paulistas algum dia haverão de investir pesado na independência administrativa, política, industrial e social de Mato Grosso”. Paradoxalmente o jornalista gosta de dizer que os não apoiadores ou críticos de Lula são preconceituosos. Se isso não é maniqueísmo, é o que? Abaixo, um texto de Gilberto Dimenstein sobre o tema: AS BOBAGENS CONTRA OS PAULISTASPor Gilberto Dimenstein para a Folha OnlinePara atacar Geraldo Alckmin, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e alguns de seus aliados passaram a atacar a "elite de São Paulo" no que se traduz, para muitos, uma divisão entre os "ricos" paulistas e os "pobres" do Nordeste. Nem vou entrar no debate sobre se a elite paulistana é tão pior assim do que a nordestina, boa parte dela vivendo da indústria da seca e de favores oficiais, para não entrar nessa indigência mental separatista.
O que digo, e dá para provar em números, é o seguinte: não há em nenhuma cidade do Nordeste tantos pobres como na cidade de São Paulo, aliás, nem remotamente. Há três milhões de pobres vivendo no município paulista; esse número chega a oito milhões se computarmos a região metropolitana. Não se vê de nenhum paulista sério a acusação de que a culpa da miséria paulistana é dos nordestinos. Até porque seria o mesmo modelo de idiotice, afirmada por Ciro Gomes, de que o mal do Brasil é a elite de São Paulo. Pensar o desenvolvimento brasileiro, nesse termos, é um desserviço para reduzir, de fato, a pobreza, cujo endereço não é monopólio do Nordeste e não é só culpa das elites empresariais ( sejam de onde forem), mas também de uma série de governos que não souberam gastar bem o dinheiro público, prova disso é a seca em pleno século 21. PS - Sou filho de Pernambuco e devo parte das chances que tive na vida ao fato de meu pai ter decidido morar aqui na cidade de São Paulo assim como devo ao Brasil, por meus avós terem saído da Europa anti-semita. Provavelmente, São Paulo fez mais para promover economicamente nordestinos (basta ver quantos são nordestinos ou seus descendentes como eu) do que os Estados do Nordeste. Sem contar os que estudaram nas faculdades públicas estaduais e depois voltaram para suas cidades.
Editado por Adriana às 10/24/2006 07:24:00 PM |
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