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SOBRE HELOÍSA HELENA
Por Guttemberg Guarabyra

Heloísa Helena é uma presença indispensável na política. Faz um contraponto interessante, ajuda a equilibrar as forças. Mas ainda não tem preparo para uma presidência. O político que enfrenta o lado executivo, da administração, tem que ter muito mais experiência. Um dos males de Lula foi justamente, depois que assumiu ter de deixar tudo na mão de quem poderia entender de administração. Ele mesmo, só entendia de fazer discursos que inflamam as massas, ganham muitos votos, mas, na hora de governar, está completamente por fora.
Os setores que caíram em mãos competentes, como agricultura e comércio exterior, foram muito bem. Por coincidência (ou não) ficaram em mãos de anti-petistas. Porém, os que caíram em mãos petistas, fracassaram. Com a única exceção da economia, que, na mão do Palocci, foi muito bem. No entanto, nem isso fez com que deixasse de lado o vício petista de pensar que, o dinheiro da gestão, pertence a quem está no poder.
Este vício veio da maneira como os sindicalistas gerem os sindicatos no Brasil. Foram formados num meio em que o vale tudo é válido. São baixo-nível, grossos, violentos, mas vestidos em eficientes peles de cordeiro. No palco, são todos uns santos salvadores da pátria.
Não foi à toa que, depois de, na base da chantagem, as indústrias do ABC serem obrigadas a elevar a alturas nunca antes pensadas os salários dos operários (se não aumentassem, as fábricas entravam em greve), elas acabaram indo embora pra outras regiões. Hoje, praticamente sobrou a Volks. Se sair, o sonho acabou por completo. Os operários do ABC acabaram numa situação tão frágil que nem mesmo a velha arma da greve resolve mais o assunto. Se cruzarem os braços, aí mesmo é que a Volks vai embora ainda mais rapidinho.
Contudo, veja onde estão os líderes que jogaram os trabalhadores nessa situação. Estão todos muito bem de vida, milionários mesmo, e no governo!
No caso de Heloísa Helena, não há, porém, nenhum desses vícios. Mas lhe faltam as outras partes. Principalmente, a do entendimento do complexo mundo das relações comerciais internacionais, ponto-chave de qualquer governo que queira se sustentar. Sem um bom comércio internacional, nada do que o país precisa pode acontecer, pois vai faltar dinheiro. E ela, numa entrevista que vi, não entende patavinas do assunto. Entretanto, tem a vantagem de ser jovem. E de estar apenas começando. E foi um ótimo começo. Quem sabe no futuro?


Editado por Adriana   às   9/25/2006 06:38:00 PM      |