O procurador da República em Mato Grosso Mário Lúcio Avelar, principal responsável do Ministério Público pela investigação da tentativa de compra, por petistas, de um dossiê contra candidatos do PSDB, criticou a demora da Polícia Federal em identificar a origem do dinheiro usado na operação.
Avelar evitou atacar o delegado encarregado do inquérito, mas deixou claro a sua insatisfação com o ritmo da Polícia Federal para elucidar de onde saiu os R$ 1,7 milhões, em notas de reais e dólares, apreendido com os petistas Valdebran Padilha e Gedimar Passos. Disse ainda que, em outros casos, o órgão agiu mais rápido para obter informações semelhantes.
"Você tem que perguntar à Polícia Federal. A PF tem 12 mil homens. Eu trabalho com três, quatro pessoas", afirmou o procurador à Folha, quando questionado por que os dados sobre a origem do dinheiro ainda não vieram a público.
O Ministério Público e a PF trabalham juntos na investigação. Em tese, tanto um quanto o outro podem solicitar ao Banco Central e ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) informações que desvendem a procedência do dinheiro. No entanto, caberia à PF, que preside o inquérito, fazer o pedido. A polícia o fez neste final de semana.
O pedido de informações sobre as agências e os titulares das contas deve ser entregue somente hoje ao juiz Marcos Alves Tavares, substituto da 2ª Vara Federal. Só que, segundo Avelar, partiu dele a iniciativa, após constatar que quase nada havia sido feito nesse sentido.
"Eu estava aguardando que a PF fizesse um levantamento sobre as agências bancárias pelas quais o dinheiro teria passado, para que isso fosse direcionado de maneira mais objetiva à Justiça Federal. Até agora não temos nem as agências identificadas, pelo menos se existia não foi me dado a conhecer. Então, enquanto os depoimentos eram colhidos [na última sexta], eu redigi um pedido para que fosse protocolado na segunda-feira [hoje] na Justiça", contou o procurador.
Editado por Adriana às 9/25/2006 05:38:00 PM |
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