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SÃO PAULO - A realização de um segundo turno na eleição presidencial ficou muito perto da realidade: a vantagem do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que lhe garante a vitória no primeiro turno caiu para apenas 3 pontos percentuais, segundo pesquisa Estado/Ibope divulgada no fim de semana. Na pesquisa anterior, anunciada em 21 de setembro, a vantagem de Lula sobre os demais era de 7 pontos.
Na simulação de primeiro turno, Lula caiu 2 pontos e ficou com 47% (49% na pesquisa anterior) e Geraldo Alckmin (PSDB) subiu 3 pontos e ascendeu a 33% (30% na anterior) - tudo isto, em apenas 3 dias. A vantagem de Lula sobre os demais era de 15 pontos percentuais na última semana de agosto, caiu para 10 pontos em 8 de setembro, oscilou para 9 pontos no dia 15 de setembro e bateu em 7 pontos no dia 21, desabando agora para apenas 3 pontos.
Tendências
Todos os movimentos aconteceram dentro da margem de erro da pesquisa, de 2 pontos percentuais, mas seguem tendências já mostradas em consultas anteriores. Alckmin tinha 21% em 18 de agosto e depois subiu sucessivamente para 22% (27 de agosto), 25% (1º de setembro), 27% (8 de setembro) e 30% (21 de setembro) e agora 33%. Em todas estas pesquisas Lula demonstrou estabilidade. Ele tinha 47% (18 de agosto), 49% (27 de agosto), 48% (1º de setembro), 48% (8 de setembro), 49% (21 de setembro) e agora 47%.
A soma dos adversários de Lula tem crescido por conta exclusiva de Alckmin, já que os outros candidatos estão rigorosamente estabilizados. Heloísa Helena (PSOL) oscilou 1 ponto para baixo nesta pesquisa e ficou com 8%; Cristovam Buarque (PDT) continua com 2% e Ana Maria Rangel (PRP), a única a pontuar um número inteiro, ficou com 1%. A soma de todos dá 44%, 3 pontos, portanto, abaixo do índice de Lula.
Na contagem dos votos válidos, Lula se aproxima perigosamente dos 50%, abaixo dos quais já não venceria no primeiro turno: ele tem 52%, depois de ter 60% (em 27 de agosto) 57% (1º de setembro), 55% (8 de setembro), 54% (21 de setembro) e agora 52%. Alckmin, em sentido contrário, vem subindo progressivamente: tinha 26% (em 27 de agosto) e a seguir, 30%, 31%, 33% e agora, 36%. A soma dos votos válidos dos outros candidatos é de 48%.
Segundo turno real
Na simulação de segundo turno - que deixou de ser um exercício virtual para se aproximar da realidade -, Lula venceria Alckmin por 50% a 41%. Há cinco dias esse placar era de 52% a 37%. De lá para cá Lula oscilou 2 pontos para baixo e Alckmin cresceu 4 pontos, bem acima da margem de erro da pesquisa.
Outra vantagem substancial de Alckmin é que, no segundo turno, Lula consegue agregar apenas mais 3 pontos percentuais além de sua votação de primeiro turno, o que significa que na fase decisiva praticamente só poderá contar com sua própria força.
Enquanto isso Alckmin arregimenta mais 8 pontos no segundo turno, cedidos, naturalmente, por outros concorrentes que, nas últimas semanas, se alinharam decididamente contra Lula e influenciaram os seus eleitorados a votar contra o atual presidente.
Para completar o quadro de notícias preocupantes para Lula, sua rejeição continua subindo, o que era esperado, por causa do novo escândalo que atingiu a sua campanha e o PT. Agora 30% dos eleitores afirmam que não votariam em Lula de jeito nenhum (28% na pesquisa anterior, quatro dias atrás).
A rejeição de Alckmin - um dos alvos do dossiê Vedoin - melhorou sua rejeição em 3 pontos (era de 22% e agora é de 19%). Heloísa Helena também reduziu sua rejeição em 3 pontos (de 28% para 25%)
Mesmo assim Lula segue sendo o favorito do eleitorado para vencer em 1º de outubro: 75% dizem que ele ganhará a eleição para presidente da República, enquanto apenas 13% apostam em Alckmin.
Curiosamente, a avaliação do governo não se moveu desde a última pesquisa. A avaliação positiva (ótimo+bom) continua sendo de 43% e a avaliação negativa (ruim+péssimo) oscilou ligeiramente para baixo - de 19% para 20%. Já a aprovação do desempenho do presidente teve pequenas oscilações: os que aprovam Lula agora são 56% (eram 58% na pesquisa anterior); e os que desaprovam são 37% (36% na anterior).


Editado por Giulio Sanmartini   às   9/25/2006 01:19:00 AM      |