Por Carlos Chagas na Tribuna da Imprensa BRASÍLIA - Em meio à mais recente lambança promovida pelo PT, em torno do dossiê Serra, perde espaço na mídia e no Congresso o tema que, qualquer que venha a ser o presidente eleito, precisaria ser discutido para valer. Trata-se da reeleição, ou melhor, do fim da reeleição. Porque, na teoria, todo mundo se manifesta contra a reeleição, tida como um dos grandes males do atual processo político. Na prática, porém, nem o presidente Lula incluiu o tema em seu programa de reformas políticas. Como se pronunciar contra uma iniciativa que o beneficia? E suprimido o segundo mandato, como poderá o presidente pensar no terceiro? Muito menos Geraldo Alckmin avança uma palavra definitiva a respeito do fim da reeleição. Se porventura eleito, quinze minutos depois será lançado para um segundo mandato.
Da mesma forma, calam-se quantos pela primeira vez se lançam candidatos aos governos estaduais. Poderão beneficiar-se em 2010. Os que disputam a reeleição, já garantidos no exercício desse direito, mostram-se constrangidos porque também se valem dela para tentar continuar nos cargos. É preciso tomar cuidado, porque a reeleição tem todas as condições de continuar estendida para o futuro. Estamos assistindo a um encoberto festival de farisaísmo, tão a gosto dos partidos e dos detentores do poder.
Editado por Giulio Sanmartini às 9/25/2006 01:14:00 AM |
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