Por Jayme Copstein
Merece análise a queixa do líder petista gaúcho Raul Pont, em relação à imprensa, publicada em Zero Hora de hoje. Segundo Pont, a cobertura da mídia ao caso é parcial porque dá mais ênfase à barafunda do dossiê que às denúncias de envolvimento da oposição com as sanguessugas. Há um equívoco de grandes proporções, de parte de Raul Pont. Quem deu a hierarquia aos acontecimentos foi o ministro Márcio Thomaz Bastos, sob cuja batuta age a Polícia Federal. Bastaria, tão logo sabidas as denúncias do dossiê, que fossem ordenadas as investigações. Pode ter certeza o professor Raul Pont que nada seria tão ruidoso quanto tal noticiário.
Não foi o que aconteceu. O que remete a outra pergunta embaraçosa: por que não foi feito? Acaso as provas não são consistentes, não vão além de fotos de entregas solenes de ambulâncias? O equívoco de Raul Pont conduz a uma certeza: o acerto da oposição que se fez quando o governo pretendeu subjugar a liberdade de expressão, a pretexto de impor limites éticos à atividade jornalística. Sem essa liberdade, não há democracia. A moralidade se converte em mero ponto de vista. O que é mais importante: as denúncias ou o dossiê? A resposta é simples: o que for verdadeiro. O resto é sofisma.
Editado por Adriana às 9/21/2006 04:51:00 PM |
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