Por Giulio Sanmartini O povo que habita a atual Hungria, os magiares, são diferentes do todos os outros da Europa, aqueles de origem latina ou eslava. Os magiares vieram das estepes e fundaram seu reino na parte oriental do continente, às margens do rio Danúbio há quase 1800 anos, onde também sofreram influência cultural e racial do mongóis de Átila.. No após guerra, passou a ser satélite da União Soviética, a capital Budapeste teve seu momento de heroísmo, quando 100 mil pessoas, em 23 de outubro de 1956, saíram às ruas desafiando o regime comunista e exigindo democracia. O país foi invadido por 25 mil carros de combate e 75 mil soldados soviéticos deixando, 18 dias depois, um saldo de 25 mil mortos húngaros, 7 mil soldados russos e 250 mil feridos de ambas as partes.
Tudo teve início na Praça Kossuth no coração da cidade. Nesse último domingo, o povo tornou a sair às ruas juntando-se na mesma praça, revoltados pedindo a renuncia do primeiro ministro Ferenc Gyurcsany, democraticamente eleito. Gyurcsany, antes da queda do muro de Berlin era líder da juventude comunista, mas em 1989 torna-se um empresário acumulando a fortuna de 14 milhões de Euro. O que teria motivado centena de milhares de pessoas a manifestar-se de forma violenta? Simples, o primeiro ministro mentira em suas promessas eleitorais. O povo pede somente o que lhes foi prometido: luta contra a corrupção, redução de impostos, mais verbas para a escolas e hospitais, mais investimentos para desenvolver a economia. O que acendeu o estopim foi uma declaração do premier numa reunião com seu ministério a portas fechadas, que vazou e foi divulgada em todas as rádios, dizia ele: “Mentimos de manhã, mentimos de tarde, tivemos que fazê-lo para que nos mantivéssemos no poder. Ninguém na Europa fez tanta merda como nós”. O país apresenta um altíssima taxa de desemprego, as despesas superam a arrecadação, vê-se um parlamento desmoralizado, é difícil prever o que acontecerá. Fico pensando se os brasileiros se revoltassem a cada deslavada mentira do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teria uma batalha campal todos os dias e o país, há mais de três anos já estaria em uma guerra civil
Editado por Giulio Sanmartini às 9/21/2006 09:32:00 AM |
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