Por Fausto Macedo e Vannildo Mendes para o Estadão
A parte final da trama petista para tentar incluir José Serra (PSDB), candidato ao governo de São Paulo, no elenco dos sanguessugas começou a ser executada na prisão.
Foi na sede da Polinter de Cuiabá (MT), há pouco mais de três semanas, que o empresário Luiz Antônio Vedoin, capo da máfia das ambulâncias superfaturadas, recebeu para uma reunião o engenheiro eletricista Valdebran Padilha. Participou do encontro Darci Vedoin, pai de Luiz Antônio, que também estava preso. Luiz Antônio chegou a ser solto e voltou para a Polinter na semana passada, onde está detido por ordem judicial desde que perdeu o benefício da delação premiada. Arrecadador de campanhas do PT em Mato Grosso - partido ao qual é filiado -, ex-diretor-técnico da Associação dos Municípios Mato-Grossenses (AMM), Valdebran foi preso na sexta-feira passada, acusado de integrar o esquema que tinha como meta maior empurrar Serra para a companhia dos parlamentares e autoridades do Executivo que teriam recebido propina.
A Polícia Federal descobriu que no encontro de três semanas atrás na Polinter Valdebran acertou com Vedoin sua viagem a São Paulo.
Um advogado, ainda não identificado, telefonou para o engenheiro e pediu a ele que fosse visitar os Vedoin, donos da Planam, na cadeia.
Durante a reunião, Luiz Antônio contou detalhes do plano e disse que, 'quando saísse da prisão', iria procurá-lo para que acompanhasse a entrega de 'uma documentação'.
Os papéis, explicou o líder dos sanguessugas, seriam vendidos e o dinheiro levantado ajudaria a 'minimizar problemas financeiros' que os Vedoin estariam atravessando por causa do bloqueio judicial de seus bens.
Depois do encontro na prisão, Valdebran foi avisado que os documentos seriam entregues a 'membros do PT'.
Há cerca de 10 dias, Luiz Antônio - que estava em liberdade em troca da delação premiada - fez novo contato com Valdebran e pediu a ele que fosse a São Paulo 'para verificar se realmente havia o dinheiro'.
No Aeroporto de Congonhas o engenheiro foi recepcionado por Gedimar Passos, ex-agente da Polícia Federal.
No Hotel Ibis, onde se hospedou, Valdebran recebeu de Gedimar uma sacola preta com R$ 1,75 milhão entre dólares e reais. Antes que a Polícia Federal prendesse os dois, na madrugada de sexta-feira, entraram em cena Expedito e Jorge, que se apresentou como chefe de Gedimar - a PF suspeita de Jorge Lorenzetti, churrasqueiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e de Expedito Veloso, afastado ontem do Banco do Brasil.
Editado por Adriana às 9/21/2006 05:57:00 AM |
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