Por Onofre Ribeiro
Tenho sido abordado com freqüência enorme por pessoas que não se sentem animadas a votar para os cargos parlamentares nesta eleição. As razões são todas de natureza moral. A questão do “Mensalão” começou um desmonte imenso da credibilidade dos políticos, ainda que as denúncias e a CPI tenham ficado distante do universo das pessoas.
A exposição imensa na mídia, desnudou o Congresso Nacional. Mas os mensalões ainda são coisas distantes do cotidiano das pessoas. Afinal, os parlamentares acusados venderam o seu apoio ao governo e receberem dinheiro dele como se fosse uma operação privada.
As denúncias envolvendo a CPI dos Correios, essa desmontou o governo Lula, porque mostrou que além do “mensalão”, ele fazia caixa para financiar a sua permanência no poder. Ali, acabava o Partido dos Trabalhadores que chegou ao governo envolto num manto de ética e de esperanças.
Mas, por sua vez, as denúncias da “Operação Sanguessuga” foram demolidoras. Potencializadas pelas CPIs que deram em nada, a sociedade somatizou moralmente todo esse imbroglio e se prontificou a punir.
Daí a indisposição para o voto parlamentar.
Quando perguntam-me se devem votar, digo que devem votar. Mas faço algumas sugestões que seguem abaixo. Afinal, o voto é o alicerce da democracia. Há que se votar.
1 – anote rigorosamente os nomes dos candidatos em que votar;
2- depois entre nos sites da Assembléia Legislativa, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, e anote o e-mail dos seus eleitos;
3- a partir daí, encha o e-mail deles com as suas preocupações, com as suas frustrações, com as suas críticas e, elogios, se for o caso. Peça a todos os seus amigos que façam o mesmo;
4- parlamentar nunca teve medo da opinião pública, porque ninguém se lembra em quem votou e não existe o hábito de cobrar deles posições. Por isso essa bandalheira de troca de partidos e de negociações financeiras, entre “otras cositas más”. Um parlamentar que receber mil e-mails, entra em pânico, ainda mais se forem críticas ou cobranças de posições e de ações;
5- Não fique só nos e-mails. Abra uma comunidade no orkut do tipo “Deputado Fulano de tal me enganou” e divulgue na rede. A cada “mancada” dele esparrame a informação na rede e nos e-mails;
6 – se ele insistir em ignorar a realidade, abra sites do mesmo teor. Espalhe para os seus amigos e peça para eles divulgarem. Provavelmente em um único dia a caixa de entrada de mensagens do parlamentar fique lotada e ele compreenda que os tempos mudaram e o eleitor é o seu patrão. Não mais os seus interesses privados.
Por isso, deixo aqui a sugestão para todos os leitores. Votem, anotem e cobrem via internet, que é mais fácil, mais barato e mais imediato.
Editado por Giulio Sanmartini às 8/01/2006 01:48:00 AM |
 
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