Fabio Grecchi Na Tribuna da Imprensa
O projeto da reeleição do presidente Lula não pode ter uma falha sequer. Isto explica a admoestação sofrida pelo senador Sibá Machado (AC) por parte da cúpula do PT, quando disse que o partido deveria reconhecer a dívida de R$ 94 milhões que tem com o publicitário Marcos Valério de Souza. Se os petistas não queriam clareza sobre o episódio na época em que foi levantado, agora mesmo é que não precisam que um indiscreto das suas fileiras relembre o assunto.
Por isso é que quando Lula simplesmente apagou o PT de sua história de vida, no programa de estréia no horário eleitoral gratuito, as fileiras do partido ficaram com gosto amargo na boca, mas nada disseram. A legenda é hoje um estorvo e quanto mais fizer perfil baixo, melhor para todos - sobretudo seus candidatos.
Ontem eu falava aqui, aproveitando o correio eletrônico de um leitor, que em 1º de outubro o voto tem uma importância inédita. Quem achar esta observação recorrente demais ou confundi-la com falta de assunto, é porque não se deu conta de sua própria importância. Concordando com as advertências colocadas nesta coluna, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio de Mello, disse que o quadro eleitoral é digno de ser enquadrado no Código do Consumidor. São fartas as demonstrações públicas de cinismo, de mistificação de partidos e candidatos.
Quatro anos atrás, não se calculava que o quadro político mostrasse o quanto está apodrecido. O constrangedor é ver que nem o PT escapa. O senador Sibá, que pertenceu à tropa de choque governista durante a CPIs dos Bingos, teve uma recaída ética. Foi-se o tempo no qual criticar o partido era auxiliar no seu engrandecimento, no enrigecimento de suas posturas. Hoje prevalece a desfaçatez como regra de sobrevivência e estratégia eleitoral.
Editado por Giulio Sanmartini às 8/19/2006 04:34:00 AM |
 
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