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DESONESTIDADE INTELECTUAL
Por Fabio Grecchi na Tribuna da Imprensa
Em nova reunião com intelectuais, desta vez em São Paulo, o presidente Lula protagonizou outro espetáculo de equilibrismo político ao tentar explicar, àqueles que lhe cobravam, as repetidas denúncias de corrupção. Apelando para a singeleza da "real politik", que faria Henry Kissinger dar urros de alegria, disse que não se pode governar com quem se quer, mas com quem se pode.
Lula vem recorrendo à desonestidade intelectual para, ante pessoas que teriam por obrigação não engolir este tipo de justificativa, tentar se safar de aprofundar o tema. Mesmo fazendo parte do catecismo da reeleição, é de surpreender que alguns daqueles que têm estado com ele comprem a idéia. Como já fizeram o maestro Wagner Tiso e o ator Paulo Betti.
Incapazes de assumir o petismo cego, recorrem à ginástica para gritarem sua fé em Lula. Não deveriam, mas, como já disse aqui ontem, hoje pagam o preço da histeria de ter um dia a esquerda se julgado muito superior aos demais mortais políticos. Lembrei aqui os casos de Marília Pêra e de Hebe Camargo, mas poderia ter citado situações mais graves de gente derrubada pelo esquerdismo cego e burro.
O cantor Wilson Simonal morreu desgostoso de ter sido abatido no auge da popularidade, em plena ditadura militar. Recorreu bobamente a um colega da polícia para resolver uma questão igualmente boba e foi tachado de cupincha dos militares. Depois passou a dedo-duro. Mesma pecha levou para a tumba o radialista Cezar de Alencar, que entregaria dossiês de integrantes do elenco da Rádio Nacional que pertenceriam ao Partido Comunista, nos tempos da ditadura.
Tudo isto foi causado pelos politicamenete corretos de então, cujos sucessores se vêem hoje na triste condição de ter que explicar os males feitos do governo do herói da esquerda. Que tem recorrido com tranqüilidade ao falseamento da verdade, como acusou tantos outros, então no poder, de fazer.



Editado por Giulio Sanmartini   às   8/30/2006 03:48:00 AM      |